segunda-feira, 23 de junho de 2008

Os tecidos numa pujante arte popular

Paulo Corrêa de Brito Fº

Uma das regiões européias mais ricas quanto à arte e às tradições populares é certamente a Eslováquia.

Numa civilização como a atual, na qual a técnica mais sofisticada vai abatendo barreiras regionais e nacionais, muito poucos países conservaram os gêneros tradicionais de autêntica arte popular em dimensões tão grandes quanto a Eslováquia. Diversos ramos da produção popular tradicional não só sobreviveram, mas até se desenvolveram consideravelmente naquela nação. Seus produtos são confeccionados manualmente, os instrumentos de transformação continuam a ser os mesmos que serviram aos mestres das gerações anteriores, há muitos séculos.
A arte popular se caracteriza particularmente pela elaboração final do produto. As pequenas diferenças na confecção e mesmo as inexatidões dos modelos atraem os verdadeiros conhecedores desse tipo de arte, pois elas são sinais da alegria da criação artística e de originalidade. Em suma, tais imprecisões, que são únicas em cada produto, revelam a presença do artista com sua inspiração também única. É o que distingue o artesanato do produto industrial, elaborado sem tais falhas, com uma perfeição mecânica e padronizada.
Além de uma rica produção artesanal em madeira, argila, couro e de pitorescos instrumentos musicais, a Eslováquia tornou-se conhecida pela fabricação de tecidos populares.
Outrora, as populações camponesas eslovacas fabricavam tudo o que lhe era necessário para a vida. Elas construíam suas próprias casas, os móveis e os objetos domésticos, como também os instrumentos para o trabalho no campo.
A produção doméstica fundamental era a do tecido de linho para o traje camponês e as necessidades da casa. Em várias regiões da Eslováquia ainda floresce a produção manual do linho, utilizando-se o fio grosso para uma tessitura que ostenta belos desenhos, que ornamentam as vestes tradicionais masculinas e femininas. E igualmente no interior das casas camponesas, artesãs tecem em seus teares originais tapetes, com motivos geométricos ou da natureza, que embelezam não só as habitações populares. Eles estão sendo cada vez requisitados para decorar recintos dos mais diversos em nossos dias.
Atravessa-se uma colina e encontra-se outro vestuário" -- é uma frase que reflete a realidade desse país que, geograficamente, consiste numa sucessão de vales e colinas, interceptados, às vezes, por picos nevados.
Imagine-se o leitor percorrendo essas terras de Europa Central. Chega ele a uma dessas colinas, com um belo panorama nevado, ao fundo. E depara a encantadora cena de um grupo de camponeses envergando trajes típicos de sua pequena região.
Tanto as tocas como os vestidos exibem delicados desenhos florais adequados ao sexo feminino. Já a veste do homem fotografado de costas e sua boina enfeitada estão mais em consonância com as características masculinas. A forma do ornamento superior da boina lembra certos elmos antigos, e sóbrios são os desenhos do pequeno tecido estampado, na parte de trás do colete.
Para concluir, alguém poderia perguntar? E as produções artesanais dos "hippies" não seriam tão elogiáveis quanto a arte popular eslovaca?
A resposta é negativa, mas supõe uma distinção de esclarecimento. Embora a produção de ambos seja manual, a dos eslovacos constitui verdadeira arte, nascida da civilização cristã medieval, e exprimem autênticas formas de beleza.


As obras dos "hippies", são "contra-arte, oriundas do espírito de contestação contra Deus e suas criaturas e só poderiam tender para a anti-beleza, em última análise, o horrível infernal!


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Concubinato num crescendo

A família vai chegando ao fim: diminuem os casamentos e aumentam os divórcios.




C.A.




Lembro-me ainda, quando nos bancos escolares, da forte impressão que me causava ouvir a narração, nas aulas de História, da vida dos povos pagãos. Fossem eles da Roma ou da Grécia antigas, fossem os índios que os navegantes espanhóis e portugueses aqui encontraram, fossem ainda, mais remotamente, dos tempos de Sodoma e Gomorra.
A ausência de um reto senso moral e de uma verdadeira elevação de alma mantinham entre os pagãos um quotidiano cheio de prosaísmos e indecências, que os levavam depois a pecados monstruosos.
A pregação do Evangelho, a aplacação dos méritos infinitos de Jesus Cristo através dos Sacramentos da Santa Igreja Católica, a doce intercessão de Maria, a compreensão de que sem a Cruz não há vida moral nem a civilização se mantém, mudou radicalmente tal situação.
Surgiram as grandes nações cristãs, com seu exemplo de pureza, de santidade, de perfeição. As crianças eram educadas para a inocência. E as famílias, fortalecidas na prática dos Mandamentos da Lei de Deus, permaneciam estáveis e comunicavam a toda a sociedade uma pujança admirável. Desenvolveu-se a cultura, progrediu retamente a civilização.
Hoje, a pregação cristã tornou-se rara, as almas já não são mais educadas para levar sua Cruz, não se lhes aponta o ideal de perfeição.
Como conseqüência; a família se esboroa, a sociedade se torna alucinada e as crianças são pervertidas desde sua mais tenra infância.
O Anuário Estatístico do Brasil, publicado em 1993, apresenta dados fornecidos pelo IBGE. Em 1986, foram realizados no Brasil 1.007.474 casamentos. Em 1990, apesar do aumento populacional, esse número caiu para 777.460.
Tomando como exemplo o Estado de São Paulo, temos que, em 1990, numa população de 30.783.108 pessoas, houve 192.573 casamentos. Já em 1993 a população do Estado crescera para 32.669.104 e os casamentos diminuíram: 187.772.
Mas há pior. Esses mesmos casamentos, cujo número vai sendo reduzido ano a ano, vão sendo progressivamente corroídos pelo divórcio.
Dados fornecidos pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) mostram que, no Estado de São Paulo, houve 10.429 divórcios em 1984, 13.290 em 1988 e 28.987 em 1991. Sem falar das separações não registradas, cujo número é difícil de calcular.
Falando português claro, é o aumento do concubinato em grande escala e freqüentemente à prestação, ou seja, o homem vai mudando de mulheres como de roupa, e a mulher, de homens. O amor livre mais descarado tende a incorporar-se aos hábitos sociais.
Esse sistema de parceria casual extraconjugal vai se tornando um modo de ser na sociedade brasileira, a exemplo de outros "povos mais evoluídos", propagandeados sem escrúpulos pela televisão, a visceral inimiga da família.
Além disso, é claro, existe a hipocrisia de organismos internacionais como a ONU, que não perde ocasião em propagar idéias estranhas à tradição cristã. 1994 foi proclamado pela ONU o Ano da Família.
Pensará o leitor que foram tomadas algumas providências para coibir ao menos alguns dos fatores deletérios que erodem a família em todo o mundo? Ledo engano! Grupos homossexuais, aproveitando o ensejo, solicitaram que a "união estável de dois homens" e a "de duas mulheres" fossem reconhecidas como "família", pois o que os "une é o amor".
Sem comentários!




Fonte: Revista Catolicismo

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A inveja vem do berço

"A debilidade dos membros infantis é inocente, mas não a alma das crianças. Vi e observei uma, cheia de inveja, que ainda não falava e já olhava, pálida, para o irmãozinho de leite. Quem não é testemunha do que afirmo? Diz-se até que as mães procuram esconjurar esse defeito, não sei com que práticas supersticiosas.
Será inocente a criança quando não tolera junto de si, na. mesma fonte fecunda do leite, o companheiro destituído de auxílio e só com esse alimento para sustentar a vida?"
(Confissões, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1966, pg. 36).


Santo Agostinho

Brinquedo de outrora!



À primeira vista, não será fácil ao leitor discernir o tema de nosso artigo. A planta interna de uma casa? Não. Trata-se de um brinque­do de 356 anos atrás, oferecido pelo comerciante Stromer, de Nuremberg, a seus filhos! Uma original casa de boneca: o corte transversal da própria residência dos Stromer, com todos os seus móveis e utensílios, confeccio­nado em 1639, e que se conserva no Museu Nacional Germânico daquela cidade.
A moradia dessa família é uma típica casa burguesa alemã, de dois andares, da primeira metade do século XVII. Com mais de mil peças, ela dá uma idéia exata do teor de vida, na mencionada época, das famílias burguesas daquela região da Alemanha.
Eis uma descrição esquemática da original e pitoresca casa de boneca:

Embaixo, no porão: cavalariça, adega, rouparia e lavanderia.
No andar térreo: acomodações da criadagem e a despensa
No primeiro andar: quarto de dormir, cozinha - onde brilham pratos de zinco e panelas de cobre -, caixa da escada que dá acesso ao andar superior.
No segundo andar: quarto de dormir dos patrões - com quadros a óleo na parede, como, aliás, também nos demais quartos -, ante câmara e living ou sala de estar.

As crianças da família Stromer brincavam assim. E as de hoje? ...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Feminismo já imerge no passado

O Brasil está bastante atrasado em matéria de feminismo. Enquanto em outros países o feminismo está dando mostras de cansaço e vai regredindo, a propaganda feminista em nosso País ainda é do tempo em que se considerava o feminismo como uma "conquista" das mulheres, rumo ao futuro


C.A.

Desvirtuando todo relacionamento normal e sadio entre homem e mulher, o feminismo luta por uma igualdade da mulher com o homem, tão absurda quanto desejar uma igualdade do homem com a mulher.
Para obter essa propalada igualdade, a mulher deveria renunciar a suas características especificamente femininas, que fazem dela uma flor imprescindível da civilização, e transformar-se numa virago. Carinho materno, delicadeza, sensibilidade, pureza, tudo deveria ser sacrificado no altar do feminismo.
A palavra de ordem era acabar com a "discriminação" –– termo pejorativo utilizado para designar de modo antipático as desigualdades, ainda as mais legítimas e necessárias. E visando isso trabalhavam arduamente certas correntes políticas de esquerda, e não propriamente as mulheres.
Nas últimas décadas, a igualdade entre os sexos foi aplicada largamente na Suécia, inclusive nas escolas, por meio da legislação, sempre impulsionada pelos ventos da "modernidade". De modo que a Suécia se tomou, a par de outros assim chamados avanços sociais, um "modelo" do feminismo.
Todos os estabelecimentos de ensino tomaram-se mistos, o currículo escolar foi unificado para meninos e meninas, a idade inicial tomou-se a mesma para todos. E isso sem atender à voz da natureza e ao mais elementar bom senso.
Agora, ante os problemas que o tratamento igualitário dos sexos tem trazido, especialmente nas escolas, uma comissão de especialistas se pôs a estudar o assunto naquele país escandinavo.
E concluiu o óbvio: "cada sexo tem seus problemas e facilidades, ou dificuldades, para assimilar a instrução escolar. Portanto, meninos e meninas devem ser tratados de maneira diferente"("ABC", Madri, 29-8-94). O estudo foi divulgado numa entrevista coletiva de imprensa pelo próprio Ministério da Educação sueco.
Esse estudo foi precedido, há três anos, por um outro no mesmo sentido, referente às escolas e universidades. Psicólogos recomendam atualmente um trato diferenciado desde o primeiro ano escolar. E sociólogos se questionam sobre qual foi, afinal, a vantagem do igualitarismo.
"Estamos assistindo a um fato novo: reconhecer que a suposta igualdade entre os sexos não existe nem nunca existiu".
Hoje em dia, especialistas em modos e costumes mostram que se cometeu uma grande injustiça com "o trato e estudos igualitários para ambos os sexos ". Perderam-se gênios fortes e pessoas de caráter débil, sacrificados no altar da igualdade. A legislação sueca deverá ser modificada brevemente nesse ponto.
Na Suécia o fato é mais marcante, dado que naquele país a igualdade entre os sexos foi forçada o quanto possível. Mas a tendência é universal.
" Vários países estudam a volta à separação' dos sexos nas escolas - A escola mista não consegue plena compreensão entre meninos e meninas" ("El País", Madri, 18-10-94). E prossegue o conhecido jornal espanhol: "Alemanha, Inglaterra, Suécia, Estados Unidos há cerca de um lustro vêm debatendo seriamente o assunto".
Enquanto isso, no Brasil, "fabricantes de brinquedos discordam de que a forma de brincar de meninos e meninas esteja se tornando semelhante. Para o Superintendente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Sinésio Batista, a maneira de crianças de sexos diferentes interagirem com um mesmo brinquedo é completamente diversa: 'quando embala uma boneca, a menina está brincando de ser mãe, exercitando a afetividade '. Para ele, o interesse de meninas por esportes como o futebol é passageiro" ("O Estado de S. Paulo", 6-11-94).
Diz um conhecido ditado francês "chassez le naturel et il reviendra au galop" - expulsai aquilo que é natural e ele voltará a galope. É o que se está dando com a desigualdade entre os sexos. Eles foram criados por Deus para se completarem numa feliz e harmoniosa concórdia, cada um com suas características próprias. Querer igualá-las, é colocá-Ias numa situação forçada que range de todos os lados e tende a explodir.