terça-feira, 22 de abril de 2008

O retorno à ordem natural


Uma sadia tendência se esboça entre mulheres que trabalham fora do lar: ao invés da disputa pelos postos no mercado de trabalho, impulsionada pelas feministas, nota-se certa propensão à volta da tradicional situação de dona-de-casa, em seu nobre papel de esposa e mãe


Há uma expressão francesa que sintetiza muito apropriadamente esse assunto: “Chassez le naturel, il reviendra au galop” (expulsai o que é natural, e ele retornará a galope). Quando a ordem natural é violada, ela se vinga. Pode demorar, mas seu dia chegará.
É o que vem à mente ao ler algumas interessantes e eloqüentes reportagens indicando que o papel tradicional da esposa — dentro do lar e maternalmente dedicada aos filhos — está em alta. E está em baixa o modelo de mulher dita emancipada, trabalhando fora, numa empresa — numa fábrica de automóveis, por exemplo — em trajes masculinos e com cigarro nos lábios. Isso já esteve no vento da modernidade, mas vem perdendo o prestígio.

O extremismo feminista

Em larga medida propulsionado por homens, o Movimento Feminista, — que se dizia favorável às mulheres, mas no fundo lhes causava danos — protagonizou, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, várias reivindicações igualitárias e antinaturais. Dizia querer colocar a mulher no mesmo nível do homem — manifestações de rua, direito aos mesmos trabalhos, aos mesmos trajes, liberação sexual, controle de natalidade, direito (sic) ao aborto etc. Promovia agitações reivindicando uma ordem social contrária à natureza das coisas estabelecida por Deus, segundo a descrevem os documentos pontifícios.
Feministas mais radicais sonhavam com uma total inversão de valores: a instituição dos donos-de-casa. Ou seja, o homem de avental, junto ao fogão, cozinhando, limpando a casa, lavando e passando roupas, trocando fraldas, tomando conta das crianças etc. E a mulher emancipada, trabalhando numa indústria ou dirigindo seu próprio negócio; e ao chegar tarde, de volta à casa, encontrando a mesa posta pelo marido. Uma inversão de valores, uma aberração da natureza.

Em boa hora, o caminho de volta

Entretanto, na aurora deste novo século, percebem-se, cá e lá, movimentos no sentido de restabelecer a ordem natural numa sociedade mais orgânica.
Como exemplo, vejamos o que diz uma reportagem do suplemento “Domingo”, do “Jornal do Brasil” de 29-1-01, com o sugestivo título: De volta para Casa:
“Fraldas, mamadeiras, espanadores, pias, tanques, fogões: eis o novo paraíso. Dito assim, três décadas depois da consagração do feminismo, pode causar arrepios e soar até como deboche ou piada. Mas é fato: um número cada vez maior de mulheres está trocando as mazelas do mercado de trabalho e percorrendo o caminho de volta... ao lar-doce-lar. O que já é realização para muitas — e para isso há que se ter um provedor — é sonho acalentado por inúmeras. Pergunte à sua vizinha. Não há dúvida, existe um desejo no ar”.
Certas feministas poderiam qualificar essa tendência como um comportamento medievalista, o retrocesso a um estado de vida inferior. E, na tentativa de conter a aptidão inata do sexo feminino — a de mãe de família —, gostariam certamente de organizar novas manifestações pelas ruas, bradando slogans pela completa liberação da mulher, pela igualdade entre os sexos, pelo direito de trocar o ambiente do lar pelo de trabalho etc.
Tais rebeliões feministas são, aliás, muito do agrado e muito impulsionadas por partidos de tipo comunista. Em abono dessa afirmação, basta recordar aqui um ultrajante trecho de Lênin, no Congresso Comunista de 16 de novembro de 1924:
“Para que a Revolução triunfe, precisamos da mulher, para tê-la é preciso fazê-la sair do lar, é preciso destruir nela o sentimento egoísta e instintivo do amor materno. A mulher que ama os seus filhos não passa de uma cadela, de uma fêmea”.

Na contramão dos ventos da modernidade

Mas a natureza tem falado mais alto e o amor materno vai reafirmando seus direitos. Outras reportagens análogas à do “Jornal do Brasil” têm sido publicadas, nas quais mulheres muito bem colocadas no mercado de trabalho, e que tudo fizeram para percorrer o caminho do lar ao trabalho, agora estão trilhando o caminho de volta ao lar, ou pelo menos manifestando esse desejo. Não é raro encontrar entrevistas até mesmo com jovens universitárias, cujo ideal não é o de seguir carreira, mas casarem-se e terem vários filhos, pois cuidar da casa também é um trabalho; e, assim, sentirem-se mais realizadas e contentes.
Nesse mesmo sentido, o “Estado de S. Paulo”, de 4-2-01, publicou matéria intitulada: Profissionais brilhantes viram donas de casa. A jornalista Gláucia Leal assim iniciou o tema: “Corajosas, elas navegam na contramão dos apelos do mercado de trabalho e da mídia. Poderiam ser profissionais de sucesso — várias foram educadas para isso. Mas decidiram ser donas de casa. Apesar dos preconceitos, pressões sociais e até dos próprios questionamentos, optaram por interromper a carreira e dedicar-se à rotina doméstica e a cuidar dos filhos”.
Também a revista “Veja”, de 16-02-01, publica um artigo assinado por Tatiana Chiari com o título: Dona de casa e... com muito orgulho, na linha das matérias acima mencionadas.

Rainha do lar, e não fora do lar

Não se trata aqui de discutir a questão de quem é superior, o homem ou a mulher, pois ambos têm missões diferentes e complementares. O homem desempenha o papel de pater, impondo o respeito, a obediência, e tratando do provimento da casa. Isto dá estabilidade e segurança à família. E a mulher, no papel de mater, com sua delicadeza, seu afeto natural, sua bondade de coração e zelo pelos filhos, tem função incomparável e insubstituível dentro do lar. Nada mais triste que um lar monoparental, onde um dos dois falta.
Grande é a missão para a qual a Providência destinou a mulher: a de esposa, mãe e rainha do lar, o que é incomparavelmente mais nobre e elevado do que administrar uma fábrica, um escritório ou uma cidade, por maior e mais rica que esta seja.
Querer inverter ou igualar esses papéis constitui uma revolta contra a própria natureza humana, a qual dá sinais de estar-se vingando e levando a mulher, por fim, a recuperar sua verdadeira vocação e felicidade.

Após um século, a volta do natural

Antes de finalizar, parece conveniente inserir uma ressalva: vemos esta propensão natural da mulher — a troca do ambiente de trabalho fora do lar pelas atividades domésticas — com muita simpatia. Mas compreendemos que, devido à espantosa desagregação da família no mundo atual, muitas mães sejam obrigadas a trabalhar fora. Hélas! Isto se deve, muitas vezes, a uma imposição de uma civilização neopagã, que se distancia cada vez mais dos princípios católicos.
Estamos longe de afirmar que essa é uma tendência generalizada e existente em todos os países. Estamos apenas chamando a atenção para um fato novo: a apetência por autênticos valores familiares e uma repulsa pela luta dos sexos, uma como que luta de classes igualitária da mulher contra o homem. E isto é um sinal que aponta para um bom começo; pois quem poderia imaginar que aqueles valores tradicionais — tão combatidos pelos movimentos comunista e feminista do século XX —estariam hoje sendo restaurados, em pleno século XXI?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dois mundos, o de ontem e o de hoje


Os trajes podem refletir a compostura. Mas trajes extravagantes se encontram hoje, lamentavelmente, por todas as ruas e em qualquer lugar do mundo.

Carlos Eduardo SchafferCorrespondente - Áustria

A Kärtnerstrasse, saindo do Ring, conduz à Catedral de Santo Estêvão. Andando por essa rua central de Viena, encontrei numa livraria um álbum sobre trajes típicos austríacos. Nele selecionei a ilustração ao lado.
Pouco adiante, parei diante de uma loja de moda jovem, cuja vitrine expunha os manequins que se vêem na foto da direita.
Dois quadros a refletirem dois mundos — o de ontem e o de hoje.

No primeiro, pinturas retratam pessoas do povo com vestimentas típicas de diversas regiões da Áustria. Homens e mulheres, ainda no viço da juventude, portam trajes característicos de sua profissão. Facilmente se distinguem a dona-de-casa, a jovem que leva frutos para casa, o caçador, o tocador de tuba, o vendedor de pequenos objetos de utilidade doméstica. Por fim, vê-se uma moça que, com seu missal, dirige-se à igreja.
Recato no vestir, dignidade no porte. Tudo neles reflete pujança de personalidade, onde nada é uniforme; tudo mostra originalidade e bom gosto, sem extravagância; tudo exprime felicidade de situação e bem estar de uma vida de bons costumes, longe da agitação das grandes cidades hodiernas.

* * *

A foto à esquerda é de uma loja de confecções considerada chic. Nela vêem-se dois manequins com roupas que, durante o verão europeu, incontáveis rapazes usam desinibidamente por toda parte, tanto nas cidades quanto nas praias.
No manequim da direita, com as roupas interiores aparecendo sob as exteriores, encontra-se a aversão à boa ordem das coisas. Enfim, trajes indecorosos e ordinários, impostos à juventude de hoje por uma moda imbecilizante.
A beleza desapareceu, substituída pelo vulgar e desleixado. O despudor expulsou o recato. Da dignidade cristã não resta qualquer vestígio. Tudo tende à extravagância, à desordem e ao desbragado.

* * *

Bem poderia ser tachado de malfeitor quem despojasse de seus trajes típicos os personagens do primeiro quadro e os vestisse com os andrajos do segundo. E com razão, pois estaria extinguindo do convívio humano os valores cristãos que amenizam a vida nesta Terra: a beleza, o bom gosto, o recato e a dignidade. Até lá nos levam os ditames da moda.

“Ó liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!” –– bradou Mme. Roland a caminho da guilhotina na Revolução Francesa. Parafraseando-a, bem se poderia dizer: “Ó moda! Quantos desatinos se cometem em teu nome!"

Maria Antonieta, Rainha de França

Vítima do implacável ódio revolucionário
Plinio Corrêa de Oliveira

Uma das rainhas mais encantadoras da História (1755 – 1793) viveu seus últimos dias no cárcere da Conciergerie. Ela já estava condenada à pena capital, tendo sido ali colocada para aguardar a execução. Foi de tal prisão que saiu para ser guilhotinada.
Quando estive visitando esse local — o famoso cachot — tive a impressão, entrando nele, de sentir a dureza implacável de sua condenação à morte. Arrastar até esse cachot aquela rainha — uma flor de civilização, de graça, e em alguma medida de tradição católica — e dali conduzi-la à morte, só era possível pela implacabilidade do ódio revolucionário.
Maria Antonieta, rainha de França, em todo o seu esplendor











A Conciergerie
No cachot não havia nada que significasse o desejo de tornar um pouco mais leve para ela essas últimas horas. Por exemplo, consentir que houvesse no local um crucifixo, uma imagem sorridente de Nossa Senhora, ou um móvel que ao menos permitisse a seu corpo exausto descansar um pouco de suas dores e de suas apreensões. “Umbræ mortis circundederunt me” (as sombras da morte me rodearam), diz a Sagrada Escritura. Era muito compreensível que naquelas condições, sob o peso da sombra da morte, ela encontrasse pelo menos uma poltrona confortável onde sentar-se. Não. Dispunha apenas de um catre para dormir.
Não me lembro em que historiador li a seguinte descrição. De manhã, a janelinha do cachot não tendo vidro nem veneziana, com os primeiros albores do dia ela acordou. Um dia feio, com nuvens pesadas. Alguém a viu deitada de lado, com a cabeça apoiada numa das mãos, enquanto ouvia ao longe os sons de tambores que chegavam das mais variadas distâncias. Provinham das diversas seções de uma espécie de guarda republicana que existia em todos os bairros de Paris. O ruído dos tambores visava despertar o povo e convocá-lo para dirigir-se à praça — hoje denominada abstrusamente Praça da Concórdia —, a fim de assistir à decapitação da rainha.
Ela sabia disso. Ouvia portanto esses tambores de ódio conclamando a população, das mais variadas distâncias de Paris, para assistir ao regicídio.
Estaria ela se lembrando do quê? Talvez de sua esplêndida Schönbrunn natal — o palácio imperial em Viena, no qual residiu — talvez da Hofburg, outro majestoso palácio da família. Quiçá deste ou daquele lugar encantador da Áustria, de tapeçarias, móveis estupendos, reverências. E de tudo o mais que compusera o ambiente fabuloso de sua vida na pátria que não mais veria.
Representação de soldados vigiando a Rainha dentro de sua cela


Em seguida, o ódio revolucionário que sobe, uma tempestade que se forma e raios que se descarregam.
Nesse sentido, é expressivo o desenho dela, sentada na carreta que a conduzia à guilhotina, de autoria do pintor Jacques Louis David (1748–1825), que assistiu à cena.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 12 de abril de 1989. Sem revisão do autor.

sábado, 12 de abril de 2008

Uma história repugnante



CARLOS HEITOR CONY

São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1104200842.htm


Trabalho jornalístico fala sobre o último elo de uma cadeia: o destino final dos fetos


DOIS JORNALISTAS ingleses, Michel Litchfield e Susan Kentish, fizeram há tempos uma ampla pesquisa sobre a indústria do aborto em Londres. O resultado foi um livro que causou espanto e merece, ao menos, uma reflexão de todos os que se preocupam com o assunto. "Babies for Burning" (bebês para queimar, editado pela Serpentine Press, de Londres) não é um ensaio sobre o aborto, mas um trabalho jornalístico sobre o último elo de uma cadeia: o destino final dos fetos que anualmente são retirados de ventres que não desejam ou não podem ter filhos ou "aquele filho".

No caso da Inglaterra, já existe uma lei, o "Abortion Act", de 1967, que permite a interrupção do processo de gravidez pela eliminação mecânica.
Os autores souberam, por meio de informações esparsas, que a indústria do aborto, como qualquer indústria moderna, tinha uma linha de subprodutos: a venda de fetos humanos para as fábricas de cosméticos. Durante a Segunda Guerra, os nazistas também exploraram esse ramo do negócio: matavam judeus aos milhões e aproveitavam a pele e a escassa gordura das vítimas para uma linha de subprodutos que iam de bolsas feitas de pele humana a sabões que lavavam os uniformes do Exército do 3º Reich.
Os ingleses não chegam a ser famosos pelas bolsas que fabricam, mas pelo chá e pelos sabonetes - os melhores do mundo.
Um "english soap" sempre me causou pasmo pela maciez, a consistência da espuma, a sensação de limpeza que dá a pele. Não podia suspeitar que tanto requinte pudesse ter -em alguns deles- as proteínas que só se encontram na carne -e carne humana por sinal. Desde que li o livro, cortei drasticamente dos meus hábitos de higiene o uso dos bons e estimulantes sabonetes ingleses. Aderi ao sabão de coco, honestamente subdesenvolvido, com cheiro de praia do Nordeste e eficácia múltipla, na cozinha ou no toucador.
Contam os jornalistas: "Quando nos encontramos em seu consultório, o ginecologista pediu à sua secretária que saísse da sala. Sentou-se ao lado de Litchfield, o que melhorou a gravação, pois o microfone estava dentro da sua maleta. O médico mostrou uma carta:
- "Este é um aviso do Ministério da Saúde", disse, com cara de enfado. "As autoridades obrigam a incineração dos fetos... não devemos vendê-los para nada... nem mesmo para a pesquisa cientifica... Este é o problema..."
- "Mas eu sei que o senhor vende fetos para uma fábrica de cosméticos e... e estou interessado em fazer uma oferta... também quero comprá-los para a minha indústria..."
- "Eu quero colaborar com o senhor, mas há problemas... Temos de observar a lei... As pessoas que moram nas vizinhanças estão se queixando do cheiro de carne humana queimada que sai do nosso incinerador. Dizem que cheira como um campo de extermínio nazista durante a guerra."
E continuou: "Oficialmente, não sei o que se passa com os fetos. Eles são preparados para serem incinerados e depois desaparecem. Não sei o que acontece com eles. Desaparecem. É tudo."
- "Por quanto o senhor está vendendo?"
- "Bem, tenho bebês muito grandes. É uma pena jogá-los no incinerador. Há uso melhor para eles. Fazemos muitos abortos tardios, somos especialistas nisso. Faço abortos que outros médicos não fazem. Fetos de sete meses. A lei estipula que o aborto pode ser feito quando o feto tem até 28 semanas. É o limite legal. Se a mãe está pronta para correr o risco, eu estou pronto para fazer a curetagem. Muitos dos bebês que tiro já estão totalmente formados e vivem um pouco antes de serem mortos.
Houve uma manhã em que havia quatro deles, um ao lado do outro, chorando como desesperados. Era uma pena jogá-los no incinerador porque tinham muita gordura que poderia ser comercializada. Se tivessem sido colocadas numa incubadeira poderiam sobreviver mas isso aqui não é berçário.
Não sou uma pessoa cruel, mas realista. Sou pago para livrar uma mulher de um bebê indesejado e não estaria desempenhando meu oficio se deixasse um bebê viver. E eles vivem, apesar disso, meia hora depois da curetagem. Tenho tido problemas com as enfermeiras, algumas desmaiam nos primeiros dias. "

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O que ensina a Igreja sobre a desigualdade dos sexos





Equiparação de direitos, independência econômica, insubordinação ao jugo do marido — eis algumas exigências do chamado feminismo, que, pleiteando uma falsa emancipação da mulher, na verdade a desfavorece

A família de Ferdinando IV (1783) — Angélica Kaufmann. A pintura da família desse soberano reflete de modo adequado o ambiente de harmonia e tranqüilidade que deve reinar na instituição familiar.









[...] Pediram-nos que mostrássemos, com base na doutrina católica, os fundamentos da nossa posição a respeito da apregoada igualdade entre os sexos, particularmente entre marido e mulher.


Primeiramente faz-se necessário esclarecer que "nossa posição" não é nossa, pois a "nossa" é a posição da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, a qual adotamos por fé e convicção.
Com efeito, em seu Magistério perene, a Igreja faz notar que há, entre os seres humanos, uma igualdade essencial e desigualdades acidentais.



Todos os homens e mulheres são iguais quanto à sua natureza: animalidade e racionalidade. Também são iguais quanto à sua origem: foram criados por Deus. E quanto a seu fim: todos, segundo o plano do Criador, são destinados à bem-aventurança eterna.



Entretanto, quanto aos acidentes decorrentes da natureza humana os homens são desiguais. Desigualdade que se manifesta nas potências da alma humana — inteligência, vontade, sensibilidade — e igualmente quanto às forças corporais.



Tais considerações facilitam a compreensão da igualdade/desigualdade entre homem e mulher. Os papéis que eles representam na instituição familiar são diversos e complementares, ambos necessários. Entre os dois há uma hierarquia. O pai de família é o chefe, embora tanto o marido quanto a esposa exerçam, um após o outro, o pátrio poder sobre os filhos. Metaforicamente falando, o homem é a cabeça, e a mulher o coração. O corpo da sociedade familiar, assim como não vive sem a cabeça, não vive sem o coração. Um representa a autoridade, o outro a bondade.






Fundamento na Sagrada Escritura



São Paulo ensina em sua Epístola aos Efésios:



"As mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja, seu corpo, do qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim [o estejam] também as mulheres a seus maridos em tudo [o que não seja contra a lei de Deus].... Cada um de vós [a exemplo de Cristo, que ama a sua Igreja] ame sua mulher como a si mesmo; e a mulher reverencie o seu marido" (Ef. 5, 22-33).



E na primeira Epístola de São Pedro, lê-se um tópico bastante significativo sobre o tema:



"As mulheres sejam submissas a seus maridos, para que, se alguns não crêem na palavra, sejam ganhos pelo proceder de suas mulheres. .... Do mesmo modo, vós, maridos, convivei sabiamente com vossas mulheres, tratando-as com honra, como seres mais fracos, e como herdeiras convosco na graça da vida [eterna]" (I Ped. 3, 1-7).



Haveria muitos outros textos a citar. Assim, a moderna reivindicação de total igualdade entre homem e mulher, que postula a emancipação da mulher da autoridade do marido, é contrária ao ensinamento insofismável da Sagrada Escritura.



E tal ensinamento evangélico é reafirmado pelo Magistério da Santa Igreja. São inúmeros os documentos dos Papas sobre esse importante assunto. Vejamos um, emanado do Papa Pio XI (1922-1939).



A emancipação da mulher



"Os mesmos mestres do erro, que por escritos e por palavras ofuscam a pureza da fé e da castidade conjugal, facilmente destroem a fiel e honesta sujeição da mulher ao marido. Ainda mais audazmente, muitos deles afirmam com leviandade ser ela uma indigna escravidão de um cônjuge ao outro; visto os direitos entre os cônjuges serem iguais, para que não sejam violados pela escravidão de uma parte, defendem com arrogância certa emancipação da mulher, já alcançada ou a alcançar. Estabelecem mais, que esta emancipação deve ser tríplice: no governo da sociedade doméstica, na administração dos bens da família e na exclusão e supressão da prole, isto é, social, econômica e fisiológica. Fisiológica enquanto querem que a mulher, de harmonia com a sua vontade, seja ou deva ser livre dos encargos de esposa, quer conjugais, quer maternos (esta, mais do que de emancipação, deve apodar-se de nefanda perversidade, como já suficientemente demonstramos). Emancipação econômica por força da qual a mulher, mesmo sem conhecimento e contra a vontade do marido, possa livremente ter, gerir e administrar os seus negócios privados, desprezando os filhos, o marido e toda a família. Emancipação social, enfim, enquanto se afastam da mulher os cuidados domésticos tanto dos filhos como da família para que, desprezados estes, possa entregar-se até às funções e negócios públicos".






Prejuízo da mulher



"No entanto, nem esta emancipação da mulher é verdadeira, nem é a razoável e digna liberdade que convém à cristã e nobre missão da mulher e esposa; é antes a corrupção da índole feminina e da dignidade materna e a perversão de toda a família, enquanto o marido fica privado de sua mulher, os filhos da sua mãe, a casa e toda a família da sua sempre vigilante guarda. Pelo contrário, essa falsa liberdade e essa inatural igualdade com o homem redundam em prejuízo da própria mulher; porque, se a mulher desce daquele trono real a que dentro do lar doméstico foi elevada pelo Evangelho, depressa cairá na antiga escravidão (se não aparente, certamente de fato), tornando-se, como no paganismo, simples instrumento do homem"1.



***



O Santo Padre Pio XI deixa claro que "essa inatural igualdade" rebaixa a própria mulher. A tal propalada "libertação da mulher" fará com que ela retroceda ao período de brutalidade e humilhação, que padecia entre os povos pagãos. Foi somente quando esses povos se converteram ao catolicismo que a mulher foi resgatada da servidão em que vivia, e passou pouco a pouco a ser respeitada, enobrecida e elevada à condição de dignidade querida por Deus. O mesmo passou-se no Brasil quando os missionários, civilizando os indígenas, os resgataram do estado de promiscuidade selvagem no qual viviam e instituíram entre eles o matrimônio como sacramento.
Palavras do Papa Pio XII
Em discurso à Juventude Feminina Italiana, o Papa Pio XII (1939-1958), sucessor imediato do Pontífice acima citado, defende o mesmo princípio.



"A estrutura atual da sociedade, que tem por fundamento a quase absoluta paridade entre o homem e a mulher, baseia-se num pressuposto ilusório. É verdade que o homem e a mulher são, pelo que se refere à personalidade, iguais em dignidade e honra, valor e estima. Mas nem em tudo são iguais. Certos dotes, inclinações e disposições naturais são próprios exclusivamente do homem ou da mulher, ou lhes são atribuídos em graus e valores diversos, umas vezes mais ao homem, outras mais à mulher, da mesma maneira que a natureza lhes deu também distintos campos de postos de atividade. Não se trata aqui de capacidades ou disposições naturais secundárias, como seria a propensão ou aptidão para as letras, as artes ou as ciências, mas de dotes de eficácia essencial na vida da família e do povo" 2.
Notas:
1.Pio XI, "Casti connubii", 31-12-30, Editora Vozes, Petrópolis, 1951, pp. 32-33.
2.Pio XII, "La Letizia", Alocução em 24-4-43. Editora Vozes, Petrópolis, 1954, p. 8.

A Internacional do aborto: imensa máquina para impor o genocídio de nascituros ao mundo inteiro

Tornou-se notória ultimamente a convergência de forças internacionais visando impor o crime do aborto na totalidade dos países, utilizando todos os meios possíveis para alcançar o seu funesto objetivo: a completa liberação do assassinato de inocentes.

Leia o artigo completo no endereço abaixo.
http://www.catolicismo.com.br/index.cfm/mes/Julho2007

Esterilização, divórcio, trajes e neopaganismo

O ginecologista José Mauro Barcellos, prefeito de Patrocínio Paulista, cidade de cerca de 15 mil habitantes na região de Ribeirão Preto, foi denunciado pela Procuradoria da República ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região por práticas ilícitas de esterilização e estelionato contra pacientes e contra o SUS (“O Estado de S. Paulo”, 1º-12-06). A esterilização é um pecado cada vez mais difundido. Busca-se apenas o prazer e não se cumpre a finalidade do relacionamento sexual entre marido e mulher, segundo o preceito divino “crescei e multiplicai-vos”.



Rédeas soltas para o divórcio


O Senado aprovou um projeto de lei que desburocratiza o trâmite de processos consensuais de separação e divórcio. Partilhas e inventários em que não haja litígio também deverão se tornar mais ágeis, passando a ser resolvidos em um dia. As pessoas poderão divorciar-se sem passar pelo Judiciário, tudo será resolvido num simples registro público. Em lugar de se procurar diminuir o número de divórcios — os quais, além de ser contra a doutrina católica, constituem também um trauma para os filhos, para a sociedade e para os próprios divorciados — busca-se facilitá-los. A quantidade de divórcios no Brasil subiu calamitosamente 15,5% em 2005, e a taxa foi a maior já registrada desde 1995: 1,3 por mil pessoas de 20 anos ou mais de idade.


Sem dignidade no vestir

Não basta que uma veste seja moralmente aceitável, ela precisa também ser digna, pois o corpo humano, criado por Deus, deve ser respeitado. Como diz o Apóstolo São Paulo, “o vosso corpo é templo do Espírito Santo” (I Cor. 6,19). E isto vale tanto para o pobre quanto para o rico, pois não se trata de vestir-se ricamente, trata-se de evitar o modo ridículo ou extravagante de vestir-se. Por isso causa estranheza o decreto do prefeito do Rio de Janeiro que libera os servidores para ir ao trabalho usando bermudas, bermudões e calça na altura do joelho, até 31 de março. O pretexto, claro, é o calor. Mas nossos antepassados não sentiam calor? Entretanto, vestiam-se de modo digno. Segundo comentário de um jornal carioca, “a temporada de pernas de fora no Rio começa”. A medida vale também para motoristas e trocadores de vans licenciadas no município, rodoviários e taxistas (“O Globo”, 1º-12-06).


Festa pagã
Uma conhecida apresentadora de televisão deu uma festa para comemorar seu aniversário. A decoração, idealizado por um cenógrafo, conduzia ao paganismo mais inveterado, todo ele inspirado na “deusa” pagã Iemanjá, tudo em azul e branco. Havia uma pista de dança estranhamente cercada por camas confortáveis. O que significará isto? Convite a orgias? Ao lado de cada cama havia um altar com imagens de Iemanjá, alfazema, velas, para dar um toque místico-pagão. No bar, o destaque era uma figura de Iemanjá de mais de cinco metros. As roupas, todas brancas; com poucas exceções, como a de um casal que apareceu de preto e outro de dourado. O governador de São Paulo, José Serra, que estava no Rio, “deu uma passadinha lá”. O pula-pula foi à base de funk, com as convidadas em vestidos curtíssimos (cfr. César Giobbi, “O Estado de S. Paulo”, 4-12-06). O pior de tudo é que coisas dessas vão se generalizando no mundo neopagão em que vivemos.

Videogames destroem as almas infantis

Videogames: influência deletérias sobre as crianças


O Instituto Nacional de Mídias e da Família, dos Estados Unidos, divulgou relatório sobre a indústria de videogames no país, lançando um alerta:
“A violência dos videogames é agora uma epidemia, e a violência contra as mulheres transformou-se numa marca negra para toda a indústria”, disse, em comunicado, David Walsh, autor do relatório e fundador do instituto.
O senador Joe Lieberman respaldou o relatório e pediu a realização de audiências no Senado sobre a indústria de videogames. Ele defende restrições ao acesso de menores de idade aos videogames violentos. Fez um apelo aos pais para que “assumam a responsabilidade do acesso de seus filhos” aos videogames violentos.
Antigamente os meninos brincavam de rodar pião, de bolinhas de gude e outros brinquedos inocentes. As meninas tinham suas bonecas e seus entretenimentos próprios. Hoje as crianças são atiradas desde cedo nos videogames, que deturpam suas mentalidades e as tornam semelhantes aos personagens violentos e imorais dos jogos. O que serão os adultos de amanhã? Nossa Senhora pode estar contente com uma situação dessas?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Disparates da Moda

Aviltamento do ser humano, é o caminho da moda.


Sentadas em poltronas no formato de sapatos femininos, mulheres visitam exposição em Xangai (China) que celebra o 80º aniversário da grife italiana Salvatore Ferragamo.





Antes de terminar a sua obra disse Deus Nosso Senhor. "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança".

O casal colabora com Deus para a sua criação de um ser eterno, de um príncipe celeste cuja alma uma vez criada jamais deixará de existir.
Muitos agentes da Moda querem o contráio; não a dignificação do homem, mas que ele se rebaixe, imagine a diferença de uma pessoa sentada numa poltrona Luís XV (ao lado) e aquelas fulanas sentadas num sapato gigante. É dizer que o homem é um palhaço, um mero aminal, e não um filho de Deus.