quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O óbvio que feministas não querem ver

A quimérica igualdade de direitos entre homens e mulheres, reclamada por movimentos ditos feministas, é contrária aos próprios interesses da mulher

“Uma das obras-primas de Deus é o coração de uma mãe”
(Provérbio francês)

Carta de Dona Raquel, qual destacamos o seguinte tópico, por julgá-lo de interesse geral:


“.... Realmente a vida, como está organizada atualmente, empurra a mulher para fora [do lar], para trabalhar. Mesmo porque há casos de os maridos estarem desempregados. Entretanto, a mulher não deveria ter a mesma carga-horária dos homens nem o mesmo tipo de trabalho. Mas o que não posso aceitar é a opinião que ouvi de uma conhecida:


— Deveríamos ter acesso aos mesmos trabalhos dos homens, pois, afinal, não somos todos iguais?
Arrematando bruscamente a conversa, ela disse:
— Não tenho filhos, porque não tenho tempo para cuidar deles.
Mas eu sabia que ela tinha muito tempo para lazer, viagens e até para cuidar e passear com seu cachorrinho”.


* * *


Estimada Da. Raquel,
Concordamos com a senhora em gênero, número e grau na apreciação que faz sobre a atitude da sua conhecida. Não aprovamos a lamentável opinião dela, e poderíamos perguntar: pode haver ocupação mais nobre e prazerosa para uma mãe do que dedicar-se a proteger e educar os filhos, a preservá-los na inocência e formá-los na virtude? Haverá tempo mais bem empregado do que esse? Ou seja, mães dispostas a sacrificar inclusive seu lazer, ou parte dele, por causa dos filhos?
Infelizmente, a sociedade moderna não está organizada em função dos altos valores morais católicos, mas sim de conceitos hedonistas (conceber comofinalidade da vida a busca do prazer). Nasce assim a ambição desenfreada para ganhar muito dinheiro, e com ele “aproveitar” a vida. Para isto, trabalhar — e muito —, pois quanto mais se trabalha, mais se “fatura”. Daí o fato de ser considerado um obstáculo ter filhos, uma vez que isso “rouba” o tempo de lazer, do gozo da vidaetc.


Sociedade “anti-filhos”


Outro fator, originado sobretudo no século XX, foi a urbanização e a industrialização, que produziram profundas transformações na instituição familiar, forçando e incentivando a constituição da chamada “família nuclear” (composta apenas pelo casal, um ou dois filhos e — segundo Da. Raquel — “um cachorinho”...). Um estilo de vida bem diverso da “família patriarcal” (prole numerosa, com muitos parentes convivendo intensamente, visitas recíprocas etc.). Nesta última, a formação das crianças se dava numa atmosfera de muito convívio social, desde os av’ós, ou mesmo bisavós, até os primos de diversas idades. A mulher permanecia em casa, com a nobre e elevada missão de mãe de família, zelando pelas crianças, incutindo-lhes as primeiras noções da fé católica, a admiração pelos feitos dignos de nota dos antepassados, e cuidando das tarefas domésticas.
De passagem, ressalvamos que a vida, como hoje está organizada — ou desorganizada —, muitas vezes, devido a exigências econômicas, obriga a mulher ao trabalho fora do lar. Freqüentemente ela é mais vítima do que autora de uma situação da qual não gosta. Mas, neste caso, o trabalho deveria ser delicado, condizente com a natureza feminina. A mulher não tem vocação para trabalhos pesados como, por exemplo, os de carregadora de fardos ou motorista de caminhão etc. (Ver quadro acima). É preciso ainda acrescentar que deveria ser um labor suave, que desse à mulher condições de exercê-lo sem extenuar-se; que lhe proporcionasse tempo para também cuidar do lar e desvelar pela prole; que não exigisse dela ausentar-se o dia inteiro; que não a obrigasse a chegar em casa de tal modo esgotada que não pudesse dar a devida atenção aos filhos.


Harmonização entre trabalho e família


Já que tanto se fala em direitos das mulheres, por que não empreender uma ação que lhes facilitasse o exercício de sua elevada missão de mães de família — e não a utilização de seus braços para trabalhos extenuantes — incentivando determinados trabalhos mais leves, horários mais flexíveis e mais apropriados aos de mães de família? Por que não obter, por exemplo, uma política de governo que as auxiliasse a conciliar família e trabalho, não criando dificuldades à permanência da mãe junto aos filhos, favorecendo-as particularmente — o que é tão indispensável — durante os primeiros anos de vida deles?
Não vemos, entretanto, movimentos feministas defendendo esses autênticos direitos, mas sim reivindicando a equiparação da mulher ao homem, a libertação da mulher e o direito ao trabalho, como se ela pudesse mais contribuir para a sociedade enquanto trabalhadora do que enquanto mãe. Tais reivindicações seriam mais apropriadas a um movimento de masculinização da mulher do que a um movimento feminista.
Há, portanto, um grande equívoco nessa “briga” de feministas pela igualdade entre homens e mulheres. Pois estas saem prejudicadas, uma vez que mereceriam mais respeito e proteção. Sendo consideradas iguais, elas perdem.
Nesse feminismo vemos embutida, além de uma reivindicação antinatural, uma revolução igualitária contra as desigualdades naturais e complementares estabelecidas por Deus entre os sexos.


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Agradecemos a Da. Raquel a permissão para publicar o trecho de sua carta e a nossa resposta, pois poderá ajudar a elucidar certas perplexidades que não poucos têm.

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