terça-feira, 18 de novembro de 2008

Na era dos avós meninos

Salão decorado com certa gravidade. Móveis pesados, grande cortina, quadros e adornos que parecem ter valor. Tudo indica um interior calmo, de gente já madura, e economicamente farta e organizada. O físico dos dois personagens mais velhos é coerente com esta impressão. Num espaçoso sofá, estão duas senhoras ainda jovens, que devem ser as mães das seis crianças que se encontram na sala. Dir-se-ia uma plácida reunião de uma plácida família num plácido ambiente.

Mas nesta reunião a excitação da vida moderna penetrou através da televisão. Todos se entregam inteiramente ao gosto de ver, sentir, quase tocar com as mãos a cena do vídeo. As fisionomias indicam o prazer de sentir a imaginação à larga, enquanto o controle da inteligência cessa inteiramente e a vontade dorme na mais profunda inércia. É o homem reduzido, por uma miserável involução, à condição de um bebê que vive de sensações. Quando uma alma chega a tal estado, adeus lógica, coerência, seriedade. Para ela todo esforço intelectual se torna penoso. Toda atitude enérgica, insuportável. É o extremo para o qual são arrastados tantas vezes não só os moços, mas ainda os velhos.

Afundado numa poltrona, um menino que, por um singular fenômeno, ainda gosta de ler, causa apreensões. Sua mãe diz à visita: "Estamos muito preocupados com o Guilherme". Que pequeno esquisito! Gosta de se concentrar, de ler, de abstrair! Se isto continuar, será preciso levá-lo ao psiquiatra. Este, por certo, se alarmará diante da "marginalidade" deste menino esquisito. E não sossegará enquanto não tiver feito dele um adorador da televisão.

É por estes e outros meios que os mais velhos, responsáveis pela manutenção do pouco que nos resta de bom senso e equilíbrio, pactuam tantas vezes com os vícios de nossos dias, e se transformam em agentes eficazes da imensa derrocada mental do século XX.

***

Exagero de um caricaturista! Como fazer sobre ele qualquer comentário serio?

Bastaria ir às praias e às "boites", para ver como a "charge" é justa, pois os mocinhos e mocinhas de sessenta anos ou mais tomam a vanguarda da modernização.

Na fotografia, trabalhistas ingleses dançam numa reunião partidária. Seria possível ostentar mais claramente tudo que há de débil, "gauche" e desgracioso na velhice? Seria possível estar mais desnudo da respeitabilidade, da gravidade e da poesia ( no bom sentido deste termo tão ambíguo ) que são seu único adorno?

Até a velhice parece ter desertado muitas e muitas vezes de seu posto.

Na Sagrada Escritura se lamenta a sorte das nações cujo Rei é um menino ( Ecle. 10,16 ).

Hoje há poucos Reis. Mas temos avós-meninos. E a desgraça parece muito maior...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Palestra pela Vida

Palestra
Os Fetos Anencéfalos
devem ser mortos?

Especialistas, no campo jurídico e médico, tratarão do tema Aborto de Anencéfalos, que está em discussão no STF em Brasília.

Contamos com sua participação.

Dia 17 de Outubro
às 19:30h.
Fábrica São Luis

Maiores informações entre no site www.brasilpelavida.org

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Não há educação sem castigo

Da Santa Regra (Capítulo XXX):

Cada idade e cada inteligência deve ter sua medida especial. Portanto, sempre que as crianças, ou os adolecentes, ou os que não entendam bem quão grande seja a pena da excomunhão (monástica), praticarem uma falta, sejam afligidos com severos jejuns ou reprimidos com fortes açoites, para que se emendem.

São Bento.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Novelas - apenas lazer ou manipulação das mentes










Revelações comprometedoras de um autor de novelas

Confissões do autor de "O Rei do Gado" desvendam manipulação de opinião pública

Diogo Waki

"Eu percebo uma coisa: que o telespectador, ao ver uma novela na TV, fica desarmado pela emoção. E quando você o encontra desarmado assim, você pode jogar elementos educativos dentro da trama que ele assimila muito bem".

O leitor imagina quem ousou fazer uma declaração de tal gravidade? O autor de uma das novelas de maior audiência da televisão brasileira, "O Rei do Gado", cuja apresentação pela Globo terminou em 14 de fevereiro de 1997.
Sim, o Sr. Benedito Ruy Barbosa confessou com toda a clareza, num debate na "Roda Viva" da TV Cultura, a manipulação a que foram submetidos os telespectadores -- talvez alguns que me estejam lendo -- hipnotizados durante meses por um enredo e uma encenação, nos quais "foram jogados elementos educativos".
Seria interessante se o autor da novela pudesse revelar o que ele entende por "elementos educativos", pois não é fácil aquilatar quais sejam.
Segundo suas declarações, tais "elementos educativos" seriam assimilados por um telespectador já desarmado pela emoção. Ficaria ele assim inteiramente à mercê do autor da peça, podendo ser levado a praticar o bem ou o mal. O excesso de crimes, imoralidades e violências sexuais não se deverão, em boa medida, à tal "educação" dos programas de televisão?

Derrubada de barreiras entre ficção e realidade

Outro aspecto importante a ser considerado é a confusão que o autor da novela, intencionalmente ou não, estabelece entre a realidade do problema agrário brasileiro e a ficção de "O Rei do Gado".
O autor procura apresentar a novela tão próxima da realidade que se um telespectador desprevenido -- e creio que é assim a maioria dos consumidores de novelas -- assistir logo em seguida a um noticiário sobre a invasão de uma fazenda por um bando de sem-terra, ele não saberá dizer, depois de desligar a TV, em que ponto terminou a ficção e começou a realidade.
Assim, José Rainha, agitador profissional, acusado de um crime que teria cometido há alguns anos e de violações atuais da lei, promotor de invasões armadas a fazendas, poderá ter sido confundido na mente de um homem comum da rua, com o "Regino" da novela (note-se que o nome Regino é quase o masculino de Rainha), pacífico e idealista, que luta apenas por um pedaço de terra para plantar. E se o diretor da novela souber carregar uma cena de injustiça praticada contra o "Regino", de tal forma que cause um grande impacto nos telespectadores, quase todos eles ficarão com pena do Rainha. E foi exatamente isso o que aconteceu. Num determinado ponto da novela o Regino é barbaramente assassinado. A confusão foi tal que, o próprio autor da novela, declara que algumas pessoas escreveram protestando porque haviam matado o Regino.
Mesmo sem levar em conta os malefícios de uma novela do ponto de vista moral, basta essa conseqüência de ordem psicológica -- a queda da barreira entre ficção e realidade -- para torná-la particularmente funesta aos seus espectadores.
A confusão entre dois campos parece tão evidente que convém registrar aqui uma observação. Na novela há o enterro de um senador em cujo velório comparecem, em carne e osso, dois senadores do PT: o Senador Suplicy Matarazzo, de São Paulo, e a Senadora Benedita da Silva, do Rio de Janeiro.
Alguns dias antes, os jornais estamparam, com grande destaque, a fotografia daquele mesmo senador em um acampamento de sem-terra, no Pontal do Paranapanema, no qual ele pernoitou numa barraca. Pouco tempo depois, vê-se nos órgãos de imprensa uma outra fotografia na qual ele aparece visitando uma invasora, num hospital do interior, ferida durante a invasão de certa fazenda.
O que é ficção, o que é realidade? O telespectador comum não sabe mais distinguir. Quando a pessoa chega neste ponto está preparada para aceitar, como verdadeiro, tudo o que aparecer na novela.

Uma Reforma Agrária sem ideologia...


O mais curioso é que o autor da novela declara que "nasceu petista" e que votou no Lula para presidente em 94, mas afirma ser necessário "desideologizar a Reforma Agrária" (!), a qual só deveria ser vista do ponto de vista técnico...
Entretanto, para ser coerente com essa posição, o Sr. Benedito Ruy Barbosa deveria também "desideologizar" sua novela, a qual deveria ser vista apenas do ponto de vista artístico. Ora, não é isto o que acontece, pois, do começo ao fim, a trama desenvolvida em "O Rei do Gado" está impregnada do espírito de luta de classes dos sem-terra contra caricaturas de fazendeiros: "o rei do gado" e o "rei do café".
Isto não trás no seu bojo a conhecida, surrada e falida dialética marxista? Isto não é ideologizar?

... uma Reforma Agrária de novela


Para analisar melhor os efeitos da presente novela sobre seus espectadores, devemos considerar em que contexto histórico ela foi lançada.
A Reforma Agrária vem figurando na legislação do País desde 1964, quando foi promulgado o Estatuto da Terra.
De lá para cá, tem sido aplicada, com maior ou menor intensidade, pelos diversos Governos militares e pelos Governos da Nova República.
Entretanto, apesar de contar com o apôio maciço da mídia de esquerda, da CNBB e de toda a ala progressista da Igreja, a Reforma Agrária ainda está longe de ser aquilo que seus mentores desejariam que fosse.
Desapropriaram milhões de hectares e assentaram centenas de milhares de famílias. Mas os assentamentos fracassaram, transformando-se em verdadeiras favelas rurais. Fazendas desapropriadas, outrora produtivas, ficaram relegadas a um desolador abandono.
Assim, essa Reforma Agrária socialista e confiscatória, que está implantando a miséria no campo, ficou num impasse.
As leis são todas aprovadas, porém as invasões não contam com o apoio dos empregados e colonos das fazendas invadidas. Por outro lado, boa parte dos habitantes das cidades mostra-se indiferente ao problema.
Além disso, os sem-terra começaram apelar para a violência, intensificando as invasões e as mortes, perdendo terreno junto à opinião pública.
Diante desse quadro, era preciso que a mídia viesse em socorro da Reforma Agrária, com todo o poder da propaganda, para tentar fazê-la aceitar pela população, se não com entusiasmo, pelo menos sem resistência. (ver no quadro abaixo expressiva definição feita pelo Professor Plinio Corrêa de Oliveira, do poder da propaganda).

Dogmatismo da propaganda atual

Transcrevemos a seguir uma clarividente análise do caráter dogmático da propaganda contemporânea, de autoria do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP:
Com o extraordinário incremento da imprensa, abriu-se para a Humanidade, no século dezenove, a era da Propaganda. Cada vez menos, os movimentos profundos dos povos nasceram de impulsos, tendências ou formais desejos concebidos nas camadas profundas das psicologias nacionais. E, cada vez mais, os movimentos coletivos vêm sendo induzidos, de fora para dentro, pela Propaganda. Em outros termos, mais e mais os povos se foram tornando massas.
No momento em que a excelência dos recursos psicológicos e técnicos chegava a uma perfeição que certamente Gutenberg nem sequer imaginava, Marconi deu ao mundo a rádio-comunicação. E quando esta se achava em franca via ascensional, apareceu, por sua vez, uma rival que haveria de reduzir fortemente a influência da imprensa e do rádio, monopolizando para si a liderança da propaganda política, ideológica, ou econômica. É a televisão. E vai se afirmando agora a era da cibernética. ....
A marcha ascensional que se nota na celeridade dos meios de comunicação se verifica igualmente no tocante à perfeição das comunicações. E também no gradual aprimoramento da sua já exímia capacidade de informar. Neste sentido, a imprensa, o rádio e a televisão, todos em contínuo progresso, se completam de maneira a pôr à disposição do homem uma abundância de idéias e de imagens espantosa. Para informar, impressionar e persuadir o homem, atingiram esses meios de comunicação um poder maior, em muitas circunstâncias, do que o dos mais salientes potentados do passado. Pois tais meios, sobretudo se conjugados a serviço de uma mesma idéia, ou de um mesmo interesse, podem influenciar mais o curso dos acontecimentos do que um monarca, um diplomata, um guerreiro ou um filósofo. ....

* * *

Dado que os movimentos das massas marcam hoje em dia os rumos para as nações, e os meios de comunicação social marcam os rumos das massas, no mundo contemporâneo cabe a esses meios uma função rectrix, a qual, numa curiosa interação, se por um lado pode menos do que a soberania estatal, por outro lado pode muito mais do que ela. Pois os potentados da Propaganda exercem nas mentalidades da base ou da cúpula do mundo contemporâneo uma forma sui generis de poder, a qual tem algo de um "papado" laico.
(As CEBs... das quais muito se fala, pouco se conhece. A TFP as descreve como são, Plinio Corrêa de Oliveira, Gustavo Antonio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1982, pp. 34-36)

E o que fez tal novela? Pintou os sem-terra como homens pacíficos, ordeiros, bem intencionados, que queriam apenas um pequeno pedaço de terra para plantar. Ao primeiro sinal de resistência, abandonavam pacificamente a fazenda que pacificamente haviam invadido.
Como isto é diferente, dir-se-ia quase o contrário da realidade!... Pois são freqüentes os casos de violência praticada pelos sem-terra no decurso das invasões.
Na novela o fazendeiro é apresentado como um tipo valentão, arrogante e aproveitador.
Entretanto, todos sabem que, na vida real, os fazendeiros no Brasil, no comum dos casos, não são como o retratado na novela.
Tanto é assim que, em todas as invasões dos sem-terra, jamais se teve conhecimento de que os empregados de uma fazenda se alinhassem com os invasores da mesma. Pelo contrário, saíram em defesa de seus patrões, inclusive alguns perderam a vida, em defesa do direito de propriedade.

A ditadura da novela

Durante o referido debate na TV, uma pergunta deixou embaraçado o autor da novela.
Baseado em suas próprias palavras -- segundo as quais ele se gabava de que não era "revisado" por ninguém -- o repórter lhe perguntou então quem controlava o "dono da novela". Pois se ela tem uma audiência de 50 a 60 milhões de brasileiros, que podem ser levados para qualquer lado, quem dita as normas e estabelece os parâmetros? É ele mesmo? Então ele é um ditador? Não estaria assim instaurada uma ditadura da novela?
Inteiramente embaraçado, Benedito Ruy Barbosa saiu-se com uma evasiva, dizendo que eram os telespectadores que estabeleciam este limite, o qual ele não poderia ultrapassar. Tão logo pôde, o autor da novela desviou o assunto para criticar a Revolução de 1964 pela instauração da censura.
Mas ficou insinuado, pelo que acabara de confessar, a existência de uma espécie de ditadura que dirige os telespectadores.
Disso já bem advertia Carlos de Laet -- ilustre membro da Academia Brasileira de Letras nos fins do século passado e início deste -- ao afirmar que, naquela época, havia uma verdadeira tirania implantada pela imprensa (ver quadro abaixo).

Tirania do IV Poder

Reproduzimos abaixo as penetrantes observações sobre o despotismo da imprensa feitas pelo líder católico e literato brasileiro de fins do século passado e início do atual, Carlos de Laet:
"Tirania da imprensa! Sim, tirania da imprensa... Agora está lançada a palavra, "le mot est lancé"... "Nescit vox missa reverti", não volta atrás o que já se disse e remédio não tenho senão justificar a minha tese.
Senhores, uma das grandes singularidades dos tempos atuais, é que os povos vivem a combater fantasmas de tiranias, e indiferentes às tiranias verdadeiras. As revoluções derribam monarcas, que às vezes são magnânimos pastores de Povos. Antigamente cortavam-lhes as cabeças. Mas hoje nem sequer essa honra lhes fazem: contentam-se com despedi-los, fazem-nos embarcar a desoras, porque sabem que já poucos são os reis cônscios da sua missão providencial e do seu dever de resistência... Por outro lado, apregoa-se a tirania do capital; e, adversa a todo capitalista e a cada empresário, está uma turba fremente prestes a tumultuar, quando julga menoscabados os seus direitos... E todavia, senhores, o povo ainda não compreendeu que uma das maiores tiranias que o conculcam é a da imprensa; e, longe de compreendê-lo, antes a reputa uma salvaguarda dos seus interesses e a vindicatriz dos seus direitos. É contra este sofisma que ora me insurjo.
Que é tirania, senhores? "Omnis definitio periculosa", diziam os escolásticos; mas creio não errar definindo tirania - o indébito e opressivo poder exercido por um, ou por poucos, contra a grande maioria dos seus conterrâneos. Ora, esta definição maravilhosamente quadra ao chamado poder da imprensa.
Sim, ela é o poder de poucos sobre a massa popular. Contai o número imenso de homens que não figuram, que não podem figurar na imprensa, uns porque lhes faltam aptidões, outros por negação a esse gênero de atividade, outros porque não têm dinheiro ou relações que lhes abram as portas dos jornais; contai, por outra parte, o minguado número de jornalistas, - e dizei-me se não se trata de uma verdadeira oligarquia, do temeroso predomínio de um pugilo, de um grupinho de homens sobre a quase totalidade dos seus concidadãos.
E que poder exerce esse grupo minúsculo?
Enorme.
A imprensa pode, efetivamente, influir no governo de um país, constituindo aquilo que já se chamou -- o quarto poder do Estado“.
(0 frade estrangeiro e outros escritos, Edição da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, I953, pp. 80-81).


Conclusão:
Segundo consta, há um tipo de serpente que antes de devorar a vítima -- um passarinho por exemplo -- a hipnotiza. O pobre animal, tremendo de pavor, caminha, contra a sua vontade, em direção à boca da serpente.
Cuide-se, portanto, o caro leitor quanto ao fascínio que exerce a TV sobre as pessoas. Mais cedo ou mais tarde poderá constatar que, além dos malefícios que causa ao corpo, ela destroe na alma todos os princípios básicos de uma reta atuação da inteligência e da vontade.

Nota: Temos arquivado a gravação em videocassete do programa Roda Viva da TV Cultura, levado ao ar em 24-2-1997, com as declarações do Sr. Benedito Ruy Barbosa


domingo, 17 de agosto de 2008

A SANTIDADE DA MÃE



O trecho que ora transcrevemos, extraído do livro de Mons. Delassus, O Espírito Familiar, focalizará o papel da mãe de família para formar seus filhos na virtude e na fidelidade aos princípios perenes da Doutrina Católica – papel insubstituível e particularmente importante nos tempos atuais, em que a instituição familiar está sendo desagregada de modo inclemente.
Superior à influência exercida pela soma de todos os preceptores que alguém possa ter em sua adolescência, é o benéfico influxo representado pelas virtudes da boa mãe que marcam indelevelmente uma pessoa; esta será, geralmente, em grande medida modelada por aquilo que recebeu da formação materna.

* * *

Feliz o homem a quem Deus deu uma santa mãe! – disse Lamartine. Apesar dos desvios da sua imaginação, Lamartine guardou sempre a lembrança da educação cristã que lhe deu sua mãe. Mais de dois anos antes de sua morte, ele se ajoelhou na semana de Páscoa à Santa Mesa, ao lado de sua mãe. Como diz Joseph de Maistre: ‘Se a mãe tomou como um dever imprimir profundamente na fronte de seu filho o caráter divino, pode-se estar praticamente seguro de que a mão do vício nunca o apagará inteiramente’.
“Quantas outras mães imprimiram profundamente, na alma dos filhos, o respeito, o culto, a adoração de Deus, de Quem elas eram para eles, pela pureza de vida, a imagem viva!
“Como mãe, a mulher cristã santifica o homem-filho; como filha, ela edifica o homem-pai; como irmã, ela melhora o homem-irmão; como esposa, ela santifica o homem-esposo”.

A “raiz” da santificação

“‘Eu quero fazer do meu filho um santo’ – dizia a mãe de Santo Atanásio.

“‘Graças mil vezes, meu Deus, por nos terdes dado por mãe uma santa!’ – exclamaram por ocasião da morte de Santa Emília seus dois filhos, São Basílio e São Gregório Nazianzeno.

“‘Ó! meu Deus, eu devo tudo a minha mãe!’ – dizia Santo Agostinho.

“Como gratidão por tê-lo tão profundamente impregnado da doutrina de Cristo, São Gregório Magno mandou pintar sua mãe Sílvia ao seu lado, com vestido branco e a mitra dos doutores, estendendo dois dedos da mão direita, como para abençoar, e tendo na mão esquerda o livro dos santos Evangelhos diante dos olhos de seu filho.

“Quem nos deu São Bernardo, e o fez tão puro, tão forte, tão abrasado de amor por Deus? Sua mãe, Aleth.

“Mais perto de nós, Napoleão disse: ‘O futuro de uma criança é a obra da sua mãe’. E Daniel Lesueur afirma: ‘Quando se é alguém, é muito raro que isso não se deva à própria mãe’. Pasteur afirmou: ‘Ó meu pai e minha mãe, que vivestes tão modestamente, é a vós que eu devo tudo! Teus entusiasmos, minha valorosa mãe, tu os fizeste passar para mim. Se eu sempre associei a grandeza da ciência à grandeza da pátria, é porque eu estava impregnado dos sentimentos que tu me havias inspirado’. A alguns que o felicitavam por ter o gosto da piedade, o Santo Cura d'Ars disse: ‘Depois de Deus, isto se deve à obra de minha mãe’.

“Quase todos os santos fizeram remontar as origens da sua santidade à própria mãe”.

A “raiz” de grandes personagens ...

“Pode-se acrescentar que os grandes homens também foram feitos pelas próprias mães.

“O Bispo Castulfo, numa carta a Carlos Magno, recorda-lhe a lembrança de sua mãe, Berta, e lhe diz: ‘Ó rei, se Deus todo poderoso vos elevou em honra e glória acima de vossos contemporâneos e de todos os vossos predecessores, vós o deveis sobretudo às virtudes de vossa mãe!’

“‘É sobre os joelhos da mãe – disse Joseph de Maistre – que se forma o que há de mais excelente no mundo’.

“Ela é no lar essa chama resplandecente de que fala o Evangelho, distribuindo sobre todos a luz da Fé e o ardor da caridade divina. A ela incumbe vivificar na família a idéia da soberania de Deus, nosso primeiro princípio e nosso último fim, o amor e reconhecimento que devemos ter por sua infinita bondade, o temor da sua justiça, o espírito de religião que nos une a Ele, a lei dos castos costumes, a honestidade dos atos e a sinceridade das palavras, o devotamento e ajuda mútua, o trabalho e a temperança” ....

... e de homens de qualquer condição social

“‘Na família operária – diz Augustin Cochin – a figura dominante é a da mãe. Tudo depende da sua virtude e acaba por se modelar de acordo com ela. Ao marido competem o trabalho e o aprovisionamento do lar, e à mulher os cuidados e a direção interior. O marido ganha, a mulher poupa. O marido alimenta os filhos, a mulher os educa. O marido é o chefe da família, a mulher é seu elo de união com ela. O marido é a honra do lar, a mulher a sua bênção’.
Mãe católica: “raiz” do heroísmo
“O Visconde de Maumigny escreveu:
“‘Devemos às nossas mães e irmãs o fundo de honra e de devotamento cavalheiresco que é a vida da França. Nós lhes devemos a Fé católica. Discípulas da Rainha dos Apóstolos e dos Mártires, as mães fizeram passar seus corações aos dos filhos....’
“‘Maria Santíssima, o modelo das mães, ensinou-lhes como se sacrifica um filho único a Deus e à Igreja. Ao ouvir as narrações dessas imolações sublimes [este texto foi redigido em 1862, quando os Zuavos Pontifícios derramavam seu sangue para defender a Santa Sé], Pio IX comentava: ‘Não, a França que produziu tais santas não perecerá jamais!’
“A primeira vez que a heróica viúva de Pimodan viu o Papa, não lhe disse ‘Oh! Santo Padre, devolvei-me meu marido!’, mas disse: ‘Oh! Dizei-me que ele está no Céu!' E quando Pio IX respondeu ‘Não rezo mais por ele’, ela não perguntou mais nada, pois entendeu que era viúva de um mártir, e isso bastava.
“Em Castelfidardo os zuavos pontifícios combatiam sob os olhos de suas mães, presentes em seu pensamento e entre as paredes do santuário onde a Rainha dos Mártires gerou o Rei dos Mártires. Todos, enquanto marchavam contra o inimigo, repetiam esta frase de um deles: ‘Minha alma a Deus, meu coração à minha mãe, meu corpo a Loreto’. À mãe deles, a Maria Santíssima, que a todos inspirava, reverte a honra da batalha. Como outrora os cruzados, e mais tarde os vendeanos, foi sobre os joelhos das mães que eles aprenderam a morrer por Deus, pela Igreja e pela Pátria”. (Mgr Henri Delassus, L'Esprit Familial dans la Maison, dans la Cité et dans l'État, Société Saint-Augustin, Desclée, De Brouwer, Lille, 1910, pp. 165 a 175).

* * *
“Síntese amplíssima de todas as mães”
Com o texto acima, encerramos as transcrições dos trechos selecionados da esplêndida obra do polemista católico Mons. Henri Delassus.
Não sem antes lembrar como o insigne fundador da TFP, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, atribuía o melhor de sua formação moral e religiosa a sua querida mãe, a tradicional dama paulista, Da. Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira. Exemplo de mãe extremamente carinhosa mas firme, Da. Lucília realizou o ideal de mulher inteiramente brasileira, inteiramente católica e inteiramente aristocrática, numa época em que já a figura materna ia sendo obscurecida pelas ondas revolucionárias das modas e dos hábitos modernos.
E, como fecho desta série, reproduzimos a seguir algumas palavras do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre Aquela que é o mais alto modelo da verdadeira mãe de família: Nossa Senhora – Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo e Filha de Deus Pai – da Qual ele sempre foi ardentemente devoto.
"A Santíssima Virgem representa a quintessência inefável, a síntese amplíssima de todas as mães
que existiram, que existem e que existirão.De todas as virtudes maternas que a inteligência e o coração humano podem conhecer. Ainda mais: daqueles graus de virtude que apenas os santos sabem encontrar,e dos quais somente eles sabem alcançar,voando com as asas da graça e do heroísmo.
É a mãe de todos os filhos e de todas as mães.É a mãe de todos os homens. É a mãe do Homem.
Sim, do Homem-Deus que se fez Homem no seio virginal dessa Mãe,para resgatar todos os homens.
É uma Mãe que se define com uma palavra:mar.Que, por sua vez, dá origem a um nome.
Um nome que é um céu: Maria".

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Batman x Santa Joana D´Arc


Todas as coisas que existem são símbolos de virtudes ou de vícios; porque Deus não criou nada sem sentido. Para quem analisa o universo em que vive percebe que as coisas simbolizam quer por analogia quer por oposição a Deus nosso Criador.


O Batman, do qual uma nova versão cinematográfica acaba de ser lançada, é um campeão de bilheteria, mas ao mesmo tempo um símbolo do mal contraditoriamente agindo a favor do bem.Sua forma é a do morcego, sempre considerado símbolo do demônio por sua feiúra, seu aspecto repugnante, habitante dos locais escuros, sugador de sangue, que tem a noite como o período de sua atuação, que dorme de ponta cabeça pois nele os valores são inversos.A única cor que existe em tudo o que o Batman porta é a cor preta. Que, na realidade simboliza a ausência de cores e de luz; simboliza o mal. Sempre foi dito comum que uma pessoa má é filha das trevas. O Batman é um homem das trevas, que pretende se assemelhar ao rei das trevas: o demônio.No entanto é um homem das trevas que atua contra bandidos, que desmantela quadrilhas, que defende a cidade, ou melhor dizendo a comunidade. No fundo é uma versão mentirosa de que o demônio tem seus lados bons, e que os maus, no fundo são bons, é uma questão de conversar com eles, explicar, sorrir para os termos aderentes e defensores do bem.O Batman é a afirmação de que o bem não se fundamenta em Deus, que é o oposto das trevas, da feiúra, do soturno; mas em alguém que representa o demônio, tem seu QG numa caverna, age por conta própria, independente de Deus.Ele é um símbolo do demônio, oposto a Deus, que a mídia, fiel servidora, transforma num concorrente de Deus para roubar a admiração dos homens, especialmente das crianças e jovens, devidas por justiça ao Criador, fonte de todo o bem. É um falso herói, de um falso deus, para um falso fim.Vejamos agora o heroísmo legendário de Santa Joana D´Arc.


Tudo o que ela fez, foi por fidelidade a Deus, para servir a Deus. Tudo o que Deus lhe pediu ela cumpriu. Abandonou sua pacata vida de pastora da Lorena, na França, comandou os exércitos do rei da França para libertar o Reino da França dos ingleses que o haviam invadido para o destruir, foi traída, presa, condenada injustamente a morrer queimada.Em todos os vários episódios de sua bela história sua preocupação foi cumprir o que Deus queria dela. A tudo ela correspondeu com tanto amor e heroísmo que, poucos anos após seu martírio, a França não só foi liberta completamente dos ingleses, mas ela foi inocentada num novo processo justo e Deus a conduziu a ser Patrona da França.Ainda hoje, neste século de suma decadência moral e espiritual, qualquer um que atacar Santa Joana D´Arc está ipso facto liquidado. Deus, glorificou-a tanto no céu como na terra, onde fez dela o “sol da França” e o símbolo do mais autêntico heroísmo católico.Como o dourado lhe cai bem! Como a sua glória está bem paga por Deus, a quem Ela serviu com total dedicação. Ela não está somente nas praças, mas nos altares das igrejas onde um número incontável de devotos reza para ela.Veja a contradição, caro leitor, cara leitora, muito bem apontada por Dr. Plinio:Embora Santa Joana D´Arc tendo demonstrado tanta força, tendo comandado exércitos e dirigido batalhas, as feministas não gostam dela nem lhe fazem referência. Por quê?
Porque ela foi forte sem se masculinizar, ela não abandonou suas características femininas, e sua união com Deus. O seus acusadores no processo que a iria condenar à fogueira ao verem que ela não se vergava com nenhum argumento chegaram à conclusão: “Ela é invencível porque é virgem. Temos que tirar-lhe a virgindade para quebrarmos o seu espírito e levá-la à traição.”Por mais que tentassem não conseguiram nada. E ela venceu os acusadores, venceu o fogo e chegou à glória celeste íntegra, forte e santa. Deus a premiou glorificando-a eternamente no Céu e sobre a França; a partir da qual seus reflexos dourados se expandem por toda a terra conquistando sempre novos admiradores e admiradoras.
Que glória de fumaça a que as bilheterias dão ao Batman...Que glória dada por Deu quando se é herói católico como Santa Joana D´Arc!!!!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Os tecidos numa pujante arte popular

Paulo Corrêa de Brito Fº

Uma das regiões européias mais ricas quanto à arte e às tradições populares é certamente a Eslováquia.

Numa civilização como a atual, na qual a técnica mais sofisticada vai abatendo barreiras regionais e nacionais, muito poucos países conservaram os gêneros tradicionais de autêntica arte popular em dimensões tão grandes quanto a Eslováquia. Diversos ramos da produção popular tradicional não só sobreviveram, mas até se desenvolveram consideravelmente naquela nação. Seus produtos são confeccionados manualmente, os instrumentos de transformação continuam a ser os mesmos que serviram aos mestres das gerações anteriores, há muitos séculos.
A arte popular se caracteriza particularmente pela elaboração final do produto. As pequenas diferenças na confecção e mesmo as inexatidões dos modelos atraem os verdadeiros conhecedores desse tipo de arte, pois elas são sinais da alegria da criação artística e de originalidade. Em suma, tais imprecisões, que são únicas em cada produto, revelam a presença do artista com sua inspiração também única. É o que distingue o artesanato do produto industrial, elaborado sem tais falhas, com uma perfeição mecânica e padronizada.
Além de uma rica produção artesanal em madeira, argila, couro e de pitorescos instrumentos musicais, a Eslováquia tornou-se conhecida pela fabricação de tecidos populares.
Outrora, as populações camponesas eslovacas fabricavam tudo o que lhe era necessário para a vida. Elas construíam suas próprias casas, os móveis e os objetos domésticos, como também os instrumentos para o trabalho no campo.
A produção doméstica fundamental era a do tecido de linho para o traje camponês e as necessidades da casa. Em várias regiões da Eslováquia ainda floresce a produção manual do linho, utilizando-se o fio grosso para uma tessitura que ostenta belos desenhos, que ornamentam as vestes tradicionais masculinas e femininas. E igualmente no interior das casas camponesas, artesãs tecem em seus teares originais tapetes, com motivos geométricos ou da natureza, que embelezam não só as habitações populares. Eles estão sendo cada vez requisitados para decorar recintos dos mais diversos em nossos dias.
Atravessa-se uma colina e encontra-se outro vestuário" -- é uma frase que reflete a realidade desse país que, geograficamente, consiste numa sucessão de vales e colinas, interceptados, às vezes, por picos nevados.
Imagine-se o leitor percorrendo essas terras de Europa Central. Chega ele a uma dessas colinas, com um belo panorama nevado, ao fundo. E depara a encantadora cena de um grupo de camponeses envergando trajes típicos de sua pequena região.
Tanto as tocas como os vestidos exibem delicados desenhos florais adequados ao sexo feminino. Já a veste do homem fotografado de costas e sua boina enfeitada estão mais em consonância com as características masculinas. A forma do ornamento superior da boina lembra certos elmos antigos, e sóbrios são os desenhos do pequeno tecido estampado, na parte de trás do colete.
Para concluir, alguém poderia perguntar? E as produções artesanais dos "hippies" não seriam tão elogiáveis quanto a arte popular eslovaca?
A resposta é negativa, mas supõe uma distinção de esclarecimento. Embora a produção de ambos seja manual, a dos eslovacos constitui verdadeira arte, nascida da civilização cristã medieval, e exprimem autênticas formas de beleza.


As obras dos "hippies", são "contra-arte, oriundas do espírito de contestação contra Deus e suas criaturas e só poderiam tender para a anti-beleza, em última análise, o horrível infernal!


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Concubinato num crescendo

A família vai chegando ao fim: diminuem os casamentos e aumentam os divórcios.




C.A.




Lembro-me ainda, quando nos bancos escolares, da forte impressão que me causava ouvir a narração, nas aulas de História, da vida dos povos pagãos. Fossem eles da Roma ou da Grécia antigas, fossem os índios que os navegantes espanhóis e portugueses aqui encontraram, fossem ainda, mais remotamente, dos tempos de Sodoma e Gomorra.
A ausência de um reto senso moral e de uma verdadeira elevação de alma mantinham entre os pagãos um quotidiano cheio de prosaísmos e indecências, que os levavam depois a pecados monstruosos.
A pregação do Evangelho, a aplacação dos méritos infinitos de Jesus Cristo através dos Sacramentos da Santa Igreja Católica, a doce intercessão de Maria, a compreensão de que sem a Cruz não há vida moral nem a civilização se mantém, mudou radicalmente tal situação.
Surgiram as grandes nações cristãs, com seu exemplo de pureza, de santidade, de perfeição. As crianças eram educadas para a inocência. E as famílias, fortalecidas na prática dos Mandamentos da Lei de Deus, permaneciam estáveis e comunicavam a toda a sociedade uma pujança admirável. Desenvolveu-se a cultura, progrediu retamente a civilização.
Hoje, a pregação cristã tornou-se rara, as almas já não são mais educadas para levar sua Cruz, não se lhes aponta o ideal de perfeição.
Como conseqüência; a família se esboroa, a sociedade se torna alucinada e as crianças são pervertidas desde sua mais tenra infância.
O Anuário Estatístico do Brasil, publicado em 1993, apresenta dados fornecidos pelo IBGE. Em 1986, foram realizados no Brasil 1.007.474 casamentos. Em 1990, apesar do aumento populacional, esse número caiu para 777.460.
Tomando como exemplo o Estado de São Paulo, temos que, em 1990, numa população de 30.783.108 pessoas, houve 192.573 casamentos. Já em 1993 a população do Estado crescera para 32.669.104 e os casamentos diminuíram: 187.772.
Mas há pior. Esses mesmos casamentos, cujo número vai sendo reduzido ano a ano, vão sendo progressivamente corroídos pelo divórcio.
Dados fornecidos pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) mostram que, no Estado de São Paulo, houve 10.429 divórcios em 1984, 13.290 em 1988 e 28.987 em 1991. Sem falar das separações não registradas, cujo número é difícil de calcular.
Falando português claro, é o aumento do concubinato em grande escala e freqüentemente à prestação, ou seja, o homem vai mudando de mulheres como de roupa, e a mulher, de homens. O amor livre mais descarado tende a incorporar-se aos hábitos sociais.
Esse sistema de parceria casual extraconjugal vai se tornando um modo de ser na sociedade brasileira, a exemplo de outros "povos mais evoluídos", propagandeados sem escrúpulos pela televisão, a visceral inimiga da família.
Além disso, é claro, existe a hipocrisia de organismos internacionais como a ONU, que não perde ocasião em propagar idéias estranhas à tradição cristã. 1994 foi proclamado pela ONU o Ano da Família.
Pensará o leitor que foram tomadas algumas providências para coibir ao menos alguns dos fatores deletérios que erodem a família em todo o mundo? Ledo engano! Grupos homossexuais, aproveitando o ensejo, solicitaram que a "união estável de dois homens" e a "de duas mulheres" fossem reconhecidas como "família", pois o que os "une é o amor".
Sem comentários!




Fonte: Revista Catolicismo

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A inveja vem do berço

"A debilidade dos membros infantis é inocente, mas não a alma das crianças. Vi e observei uma, cheia de inveja, que ainda não falava e já olhava, pálida, para o irmãozinho de leite. Quem não é testemunha do que afirmo? Diz-se até que as mães procuram esconjurar esse defeito, não sei com que práticas supersticiosas.
Será inocente a criança quando não tolera junto de si, na. mesma fonte fecunda do leite, o companheiro destituído de auxílio e só com esse alimento para sustentar a vida?"
(Confissões, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1966, pg. 36).


Santo Agostinho

Brinquedo de outrora!



À primeira vista, não será fácil ao leitor discernir o tema de nosso artigo. A planta interna de uma casa? Não. Trata-se de um brinque­do de 356 anos atrás, oferecido pelo comerciante Stromer, de Nuremberg, a seus filhos! Uma original casa de boneca: o corte transversal da própria residência dos Stromer, com todos os seus móveis e utensílios, confeccio­nado em 1639, e que se conserva no Museu Nacional Germânico daquela cidade.
A moradia dessa família é uma típica casa burguesa alemã, de dois andares, da primeira metade do século XVII. Com mais de mil peças, ela dá uma idéia exata do teor de vida, na mencionada época, das famílias burguesas daquela região da Alemanha.
Eis uma descrição esquemática da original e pitoresca casa de boneca:

Embaixo, no porão: cavalariça, adega, rouparia e lavanderia.
No andar térreo: acomodações da criadagem e a despensa
No primeiro andar: quarto de dormir, cozinha - onde brilham pratos de zinco e panelas de cobre -, caixa da escada que dá acesso ao andar superior.
No segundo andar: quarto de dormir dos patrões - com quadros a óleo na parede, como, aliás, também nos demais quartos -, ante câmara e living ou sala de estar.

As crianças da família Stromer brincavam assim. E as de hoje? ...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Feminismo já imerge no passado

O Brasil está bastante atrasado em matéria de feminismo. Enquanto em outros países o feminismo está dando mostras de cansaço e vai regredindo, a propaganda feminista em nosso País ainda é do tempo em que se considerava o feminismo como uma "conquista" das mulheres, rumo ao futuro


C.A.

Desvirtuando todo relacionamento normal e sadio entre homem e mulher, o feminismo luta por uma igualdade da mulher com o homem, tão absurda quanto desejar uma igualdade do homem com a mulher.
Para obter essa propalada igualdade, a mulher deveria renunciar a suas características especificamente femininas, que fazem dela uma flor imprescindível da civilização, e transformar-se numa virago. Carinho materno, delicadeza, sensibilidade, pureza, tudo deveria ser sacrificado no altar do feminismo.
A palavra de ordem era acabar com a "discriminação" –– termo pejorativo utilizado para designar de modo antipático as desigualdades, ainda as mais legítimas e necessárias. E visando isso trabalhavam arduamente certas correntes políticas de esquerda, e não propriamente as mulheres.
Nas últimas décadas, a igualdade entre os sexos foi aplicada largamente na Suécia, inclusive nas escolas, por meio da legislação, sempre impulsionada pelos ventos da "modernidade". De modo que a Suécia se tomou, a par de outros assim chamados avanços sociais, um "modelo" do feminismo.
Todos os estabelecimentos de ensino tomaram-se mistos, o currículo escolar foi unificado para meninos e meninas, a idade inicial tomou-se a mesma para todos. E isso sem atender à voz da natureza e ao mais elementar bom senso.
Agora, ante os problemas que o tratamento igualitário dos sexos tem trazido, especialmente nas escolas, uma comissão de especialistas se pôs a estudar o assunto naquele país escandinavo.
E concluiu o óbvio: "cada sexo tem seus problemas e facilidades, ou dificuldades, para assimilar a instrução escolar. Portanto, meninos e meninas devem ser tratados de maneira diferente"("ABC", Madri, 29-8-94). O estudo foi divulgado numa entrevista coletiva de imprensa pelo próprio Ministério da Educação sueco.
Esse estudo foi precedido, há três anos, por um outro no mesmo sentido, referente às escolas e universidades. Psicólogos recomendam atualmente um trato diferenciado desde o primeiro ano escolar. E sociólogos se questionam sobre qual foi, afinal, a vantagem do igualitarismo.
"Estamos assistindo a um fato novo: reconhecer que a suposta igualdade entre os sexos não existe nem nunca existiu".
Hoje em dia, especialistas em modos e costumes mostram que se cometeu uma grande injustiça com "o trato e estudos igualitários para ambos os sexos ". Perderam-se gênios fortes e pessoas de caráter débil, sacrificados no altar da igualdade. A legislação sueca deverá ser modificada brevemente nesse ponto.
Na Suécia o fato é mais marcante, dado que naquele país a igualdade entre os sexos foi forçada o quanto possível. Mas a tendência é universal.
" Vários países estudam a volta à separação' dos sexos nas escolas - A escola mista não consegue plena compreensão entre meninos e meninas" ("El País", Madri, 18-10-94). E prossegue o conhecido jornal espanhol: "Alemanha, Inglaterra, Suécia, Estados Unidos há cerca de um lustro vêm debatendo seriamente o assunto".
Enquanto isso, no Brasil, "fabricantes de brinquedos discordam de que a forma de brincar de meninos e meninas esteja se tornando semelhante. Para o Superintendente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Sinésio Batista, a maneira de crianças de sexos diferentes interagirem com um mesmo brinquedo é completamente diversa: 'quando embala uma boneca, a menina está brincando de ser mãe, exercitando a afetividade '. Para ele, o interesse de meninas por esportes como o futebol é passageiro" ("O Estado de S. Paulo", 6-11-94).
Diz um conhecido ditado francês "chassez le naturel et il reviendra au galop" - expulsai aquilo que é natural e ele voltará a galope. É o que se está dando com a desigualdade entre os sexos. Eles foram criados por Deus para se completarem numa feliz e harmoniosa concórdia, cada um com suas características próprias. Querer igualá-las, é colocá-Ias numa situação forçada que range de todos os lados e tende a explodir.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O exemplo das tigresas










O tigre sempre foi considerado uma das mais terríveis e sanguinárias.
Enquanto o leão só ataca e mata para saciar a fome, consta que o tigre lança-se sobre sua presa com intuitos meramente sanguinários e de extermínio.

Pois bem, esse grande felino, que entrou na imaginação humana como paradigma da brutalidade fulminante, da dissimulação ágil, conserva sempre, em seu instinto animal, o desvelo materno ...

Até nas piores feras este nunca falha. A foto ao lado o comprova de forma comovedora: a tigresa, tendo seu filhote pendurado de seus dentes, o ensina a perseguir e matar grandes animais. E depois de algum tempo e várias lições, a cria tornar-se-á uma caçadora tão hábil quanto a mãe.

Que exemplo pungente dão as tigresas –– tão solícitas e mesmo carinhosas para com seus rebentos –– às mães abortistas!
Estas, dotadas da razão que falta aos animais, violam-na e abafam o próprio instinto materno, quando sacrificam seus filhos indefesos.


Se as tigresas pudessem falar, certamente exprobariam essas mães assassinas!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

DOIS IDEAIS FEMININOS


A Serva de Deus Maria Clotilde de Sabóia Napoleão (1843-1911), insigne não só por seu nascimento e por sua alta distinção pessoal, como também por sua virtude, será talvez elevada às honras dos altares, pois já se processa a causa de sua beatificação. Pela nobreza de seu porte representa ela o tipo característico da dama cristã no século passado, toda feita para a vida de sacrifício, principalmente no lar, para as grandes dedicações da mãe e da esposa segundo o espírito da Igreja. Apesar de muito feminina, espelha em seu todo uma firmeza notável, que não exclui, aliás, uma grande bondade. Em suma, pode ser tida como expressão autentica do verdadeiro ideal feminino.


* * *


Ana Pauker representa o arquétipo da mulher conformada segundo as normas do comunismo. Grosseira, masculinizada, não denotando nem o recato nem a dedicação que a situação da mulher na sociedade exige, é a virago desabrida e sem sentimentos, própria para a era de brutalidade e mecanicismo cujo advento o neo-paganismo moderno prepara.

DA SENHORA DE PERSONALIDADE À MODELO DE TV

Antes do artificialismo atual no referente a modas e costumes femininos, impostos pelos técnicos de opinião pública, houve época em que havia organicidade nessa matéria, devido à influência natural de senhoras exponenciais em determinado âmbito social

C.A.


Houve tempo em que ... a moda feminina em cada cidade era em grande parte determinada pelo feitio pessoal das senhoras de mais representatividade, de maior beleza, de maior capacidade de entreter pessoas, de conduzir uma vida social, de dirigir uma roda onde se conversava. Elas tinham personalidade. A partir de seu modo de ser, a vida da cidade se modelava.
Tal sistema orgânico foi modificado quando os técnicos do cinema - e depois os da televisão - passaram a criar modelos femininos que se tomavam obrigatórios para todas as cidades.
"Eu ainda alcancei em São Paulo - observou o Prof Plinio Corrêa de Oliveira, em recente palestra feita em auditório da TFP - algumas senhoras de gerações mais antigas, de tanta distinção, tanta beleza, tanta maternalidade, de uma taL consciência de seus deveres de esposas, que o modo de ser deLas inspirava o modo de ser da classe dominante. TaL classe, por sua vez, inspirava o modo de ser da CapitaL, a quaL inspirava, por fim, o //lodo de ser das cidades do interior.
"Hoje em dia, não. Não se deve mais ser como taL senhora, que possui uma taL Liderança sociaL, mas sim como determinada atriz (ou apresentadora de TV), que é modelada por um técnico de opinião púbLica.
"Então, uma série de modos, de gostos, de músicas, de comidas, enfim, de tudo modifica-se deforma antinatural, em função da moda previamente organizada".
Esta observação do Prof Plinio Corrêa de Oliveira. apresentada com uma simplicidade ao alcance de todos, é entretanto de grande profundidade psicológica. E sua cabal comprovação a encontramos na bem nutrida história das decadências deste nosso século, que agora agoniza sem glória nem contrição.
Um curioso artigo que a "Gazeta Mercantil" (19-4-94) reproduziu do "The Wall Street Journal" está dentro do nosso tema. Ao tratar da influência crescente que as modelos de cinema e TV vêm exercendo em nossos dias, o articulista, Eben Shapiro, afirma:
As modelos estão preenchendo as lacunas deixadas pelas estrelas de Hollywood.
"As supermodelos ganharam um novo tipo de status. Elas aparecem em cinema:. e em shows de televisão. Elas são o ponto de convergência dos canais de TV a cabo e de revistas. Elas endossam produtos que vão de refrigerantes a calçados para ginástica”. Elas manipulam "imagens vendáveis amplamente criativas ". São poucas as empresas - revela o articulista - que não estão tentando novas fórmulas para 'utilização das imagens das modelos.
O empresário Anthony Guccione procura levantar 60 milhões de dólares para lançar a FAD- TV, um canal de TV a cabo com 24 horas dedicadas ao mundo da moda! "O futuro da moda é a televisão”, diz ele.
E já tem um concorrente. Thomas E. Palmieri Jr. também está desenvolvendo um canal de televisão a cabo para transmitir programas de moda. Embora reconheça que "com a proliferação dos canais de televisão a cabo, estamos criando um monstro tecnológico".
Com tal sistema, é a modelo quem vai ditar a moda (na aparência). Na realidade, como ela normalmente não passa de uma funcionária paga - e, conforme o caso, muito bem paga -, para não perder seu rendoso emprego, ela vai se apresentar exatamente como lhe for indicado pelo técnico em opinião pública.
Este sim, na sombra, é o verdadeiro ditador da moda, ao veredicto do qual se dobra o próprio empresário, sempre desejoso de ver seu produto expandir-se e seu lucro crescer.
Como era mais orgânico, mais natural, mais católico e mesmo mais humano o tempo em que as damas davam o tom feminino da sociedade!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Isabellas

O Brasil inteiro está chocado com a brutal e trágica morte da menina Isabella, mas incontáveis Isabellas são assassinadas diariamente em clínicas de aborto

Paulo Roberto Campos

A opinião pública encontra-se estarrecida com o monstruoso fato ocorrido no dia 29 de março último: uma menininha, de apenas cinco anos, jogada do 6º andar de um prédio; seu corpo ficou espatifado no solo.
Nestes últimos dias, jornais, revistas, rádios, TVs e sites estiveram abarrotados de reportagens sobre esse sinistro acontecimento na capital paulista. Realmente, todos qualificam tal crime como monstruoso, e todos se perguntam: Quem matou Isabella Nardoni? Quem praticou tamanha crueldade? Por que?

Tremenda insensatez – inexplicável incoerência
Isabella Nardoni Nesse caso, seria clamoroso não denunciar uma atitude de flagrante incoerência da mídia e de incontáveis pessoas. Refiro-me àquelas que, com toda razão, estão chocadíssimas com o assassinato da menina, mas que não ficam chocadas com o não menos brutal assassinato de crianças ainda no ventre materno. É incompreensível que muitas pessoas, horrorizadas com a morte de Isabella, sejam favoráveis ao aborto, portanto à eliminação de pequenas e inocentes “Isabellas”, que nem sequer viram a luz do dia.
Quantas “Isabellas” são diariamente assassinadas do modo mais desumano que se possa imaginar! Extirpar uma vida humana será sempre gravíssimo crime, não importando a idade da vítima: aos 80, 50 ou cinco anos; ou alguns meses ou dias, até mesmo algumas horas.
Ah! se um dia jornais, revistas, rádios, TVs e sites estiverem repletos de comentários contra assassinatos de bebês indefesos no útero materno, seria um acontecimento memorável! Seria um evento importante para a restauração da civilização, neste mundo neobárbaro e neopagão em que vivemos.
Oxalá, proximamente, o Brasil inteiro — que se encontra horrorizado com o caso Isabella — viesse a se comover profundamente também com as incontáveis vítimas do aborto. Assim como se deseja a condenação dos responsáveis pela morte dessa criança, também se exija a condenação dos responsáveis pela matança de crianças ainda no ventre de suas mães. A condenação não só da genitora que se submete a um aborto, mas igualmente daqueles que colaboram na execução do ato, como médicos, enfermeiras, parentes, etc.
Ambos são crimes hediondos. Ambos devem ser lamentados profundamente, e não podem ficar impunes.

“Estão se queixando do cheiro de carne humana queimada”
Proselitismo escancarado a favor do aborto Recente artigo de Carlos Heitor Cony (“Folha de S. Paulo”, 11-4-08), muito apropriadamente intitulado Uma história repugnante, relata a pesquisa realizada por dois jornalistas ingleses, Michel Litchfield e Susan Kentish, sobre a “indústria do aborto” em Londres. Eles investigaram o que se passava nas clínicas abortivas, após a legalização do aborto na Inglaterra (com o “Abortion Act”, de 1967), e gravavam as conversas com os médicos. Com base na pesquisa, escreveram a clássica obra “Babies for Burning” (Bebês para queimar), editado pela Serpentine Press, de Londres.
Aqueles que desejarem adquirir tal obra em português, a encontrarão publicada pelas Edições Paulinas (São Paulo, 1985), com o título: Bebês para queimar: a indústria do aborto na Inglaterra.
O referido artigo pode ser lido na íntegra em:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1104200842.htm. Aqui transcrevo apenas alguns trechos:
“Os autores souberam, por meio de informações esparsas, que a indústria do aborto, como qualquer indústria moderna, tinha uma linha de subprodutos: a venda de fetos humanos para as fábricas de cosméticos. [...]
Contam os jornalistas: Quando nos encontramos em seu consultório, o ginecologista pediu à sua secretária que saísse da sala. Sentou-se ao lado de Litchfield, o que melhorou a gravação, pois o microfone estava dentro da sua maleta. O médico mostrou uma carta:
— Este é um aviso do Ministério da Saúde – disse, com cara de enfado. As autoridades obrigam a incineração dos fetos... não devemos vendê-los para nada... nem mesmo para a pesquisa científica... Este é o problema....
— Mas eu sei que o senhor vende fetos para uma fábrica de cosméticos e... e estou interessado em fazer uma oferta... também quero comprá-los para a minha indústria...
— Eu quero colaborar com o senhor, mas há problemas... Temos de observar a lei... As pessoas que moram nas vizinhanças estão se queixando do cheiro de carne humana queimada que sai do nosso incinerador. Dizem que cheira como um campo de extermínio nazista durante a guerra.
E continuou: Oficialmente, não sei o que se passa com os fetos. Eles são preparados para serem incinerados, e depois desaparecem. Não sei o que acontece com eles. Desaparecem. É tudo.
— Por quanto o senhor está vendendo?
— Bem, tenho bebês muito grandes. É uma pena jogá-los no incinerador. Há uso melhor para eles. Fazemos muitos abortos tardios, somos especialistas nisso. Faço abortos que outros médicos não fazem. Fetos de sete meses. A lei estipula que o aborto pode ser feito quando o feto tem até 28 semanas. É o limite legal. Se a mãe está pronta para correr o risco, eu estou pronto para fazer a curetagem [método utilizado para desmembrar um nascituro]. Muitos dos bebês que tiro já estão totalmente formados, e vivem um pouco antes de serem mortos. Houve uma manhã em que havia quatro deles, um ao lado do outro, chorando como desesperados. Era uma pena jogá-los no incinerador, porque tinham muita gordura que poderia ser comercializada. Se tivessem sido colocados numa incubadeira, poderiam sobreviver, mas isso aqui não é berçário. Não sou uma pessoa cruel, mas realista. Sou pago para livrar uma mulher de um bebê indesejado, e não estaria desempenhando meu ofício se deixasse um bebê viver. E eles vivem, apesar disso. Tenho tido problemas com as enfermeiras, algumas desmaiam nos primeiros dias”.

“Quem derrama o sangue humano será castigado”
“Reze o Rosário pelo fim do aborto” Realmente repugnante! Mas é a realidade de inúmeras clínicas abortivas: nascituros são espatifados, extirpados do ventre materno, incinerados, ou “comercializados”, ou jogados na lata de lixo.
Isabella também foi morta, mas não incinerada ou jogada numa lata de lixo. Felizmente, ela era batizada e teve um enterro digno, graça de que são privados os bebês assassinados por mãos abortistas.
Encerro este artigo com uma passagem da Sagrada Escritura, que se aplica aos assassinos de todos os nascituros, de todas as “Isabellas”: “Quem derrama o sangue humano será castigado pela efusão de seu próprio sangue” (Gen. 9, 6).

sexta-feira, 2 de maio de 2008

As principais vítimas



Os filhos são as vítimas mais prejudicadas pelo divórcio. Além de crescerem desamparados, pagam caro por uma decisão irrefletida dos pais, por um simples capricho ou por um interesse individual




O egoísmo subverte a ordem natural



“Não está nos pais, senão nos filhos, o porquê da sociedade conjugal. Na sua própria natureza traz o matrimônio a lei primordial de sua constituição. Sua razão de ser é a prole; sua constituição fundamental será a indissolubilidade que, só, reúne as condições exigidas pela criação e desenvolvimento normal das gerações futuras.
“Com o divórcio inverte-se esta hierarquia de fins naturais. Já não é a prole que dita a lei da família; é a perversão essencial. Uma legislação arbitrária dos homens, visivelmente inspirada pelo egoísmo das paixões, tenta substituir-se à ordem natural das relações que a razão serena reconhece e impõe à consciência com a inviolabilidade de um dever.
“Ora, não se perturba a harmonia racional das coisas sem provocar a crise de grandes catástrofes. A família, violentamente desconjuntada pelo divórcio dos seus gonzos naturais, entra a sofrer. Altera-se profundamente o jogo psicológico de idéias e sentimentos indispensáveis à sua existência e à evolução normal de seus elementos. Já não é um organismo adaptado à sua função. Daí desordens, insuficiências, dores, -- sintomas de um mal profundo -- que do mais humilde indivíduo estende a todo o corpo social as suas conseqüências funestas.
Estabilidade do lar: indispensável para a formação dos filhos
“A prole é a primeira vítima do divórcio, a mais digna de lástima porque a mais inocente. Entre o filho e o divórcio há um antagonismo íntimo, constante, irreconciliável. E nada demonstra tanto o caráter antinatural desta instituição quanto esta incompatibilidade absoluta com a razão de ser primordial da família.
“O primeiro efeito do divórcio é eliminar a prole. Sua tendência negativista manifesta-se logo em impedir que venham à existência os frutos naturais do matrimônio.
“É uma conseqüência imanente ao dinamismo psicológico criado pela mentalidade divorcista. A criança, por sua natureza, pede uma casa com futuro garantido. Se à solidez dos lares definitivos se substitui a mobilidade temporária das tendas, tudo o que é estável e duradouro passa a ser um móvel deslocado, um traste inútil, uma travanca a empecer a liberdade dos movimentos. Que marido quererá ser pai, se amanhã a esposa que lhe devia ser a companheira insubstituível na educação dos filhos, pode desertar a casa em busca de novas aventuras do coração? Que esposa, sobretudo, se decidirá a submeter os ombros aos deveres da maternidade, se amanhã o pai de seus filhos a pode desamparar, sem apoio e sem recursos, com quatro ou cinco serezinhos frágeis nos braços, lembranças ingratas de um amor falido, obstáculos penosos a tentativas de uma nova reconstituição da vida? Não; num lar que o divórcio pode romper não há lugar para a criança. (2)
“Espada de Dâmocles” ameaça a família
“A prole que, na ordem natural, era o fim do matrimônio, no regime divorcista é sempre um risco, amanhã talvez um obstáculo, mais tarde um remorso. E esta mentalidade hostil ao berço, generaliza-se espontaneamente onde quer que o divórcio tenha obtido uma sanção legal. Quando num país [o Brasil, por exemplo], os lares que se despedaçam cada ano, se contam por dezenas e dezenas de milhares, como não quereis que diante de uma nova família não se apresente, como possível, a eventualidade dolorosa de uma ruptura? Como não temer da fragilidade de um vínculo que a primeira inconstância humana, a veemência da primeira paixão ou as dificuldades das primeiras divergências poderão partir amanhã? E diante desta probabilidade, não será previdência espontânea, atravessar a vida escoteiro [só], para facilitar a salvação no primeiro naufrágio? (Grifos nossos)
“Como uma espada de Dâmocles, a probabilidade de uma dispersão ameaça toda a sociedade doméstica na sua existência e no exercício da primeira e mais essencial de suas funções. E este efeito desastroso [é bom que o note desde já o leitor], não o produz só o divórcio nas famílias que atinge na realidade, desarticulando-as; estende-se a toda a instituição que fere de morte, tornando-a incapaz de preencher a sua suprema razão de ser. A esterilidade não resulta do divórcio em ato, mas da sua simples possibilidade. (Grifos nossos)
“E a nação inteira começa a sofrer; arruina-se o presente e compromete-se o futuro. É uma como necessidade psicológica. Na família nova, escreve E. Lamy (3), náufragos da família destruída, objeto de discórdia entre o esposo a que pertencem e o outro a que são estranhos, intrusos para os nascidos do segundo matrimônio, os filhos do primeiro seriam para todos um embaraço e uma repreensão. O remédio será a esterilidade dos casamentos. Quanto mais fácil se volve o divórcio, tanto mais lógica se torna esta esterilidade ....
Prole – garantia da estabilidade do lar
“Escrito na legislação de um país, o divórcio é o seu gênio mau. Inimigo da sua vida, esterilizador da raça, fautor da sua decadência irremediável. .... a prole, [pelo contrário], que nas exigências da sua evolução normal, impõe aos progenitores a indissolubilidade da vida comum, com a sua simples presença, é um dos cimentos mais fortes da união conjugal.
“O filho é a expressão viva do amor dos pais. No temperamento, nas qualidades, nos traços da fisionomia que se vão definindo com os anos, traz ele, indelével, a impressão das duas vidas que se fundiram na sua. Cada nova florzinha que desabrocha no lar como que rejuvenesce com a sua frescura os encantos do primeiro amor. E, com os anos, intensificam-se os sentimentos de simpatia; apura-se o senso da responsabilidade nos encargos comuns da educação; a família toda consolida-se numa estabilidade definitiva. Os filhos, naturalmente, são os mais seguros defensores da indissolubilidade conjugal. Casal sem filhos, em país divorcista, é vítima provável da grande tentação de recomeçar o romance de novos amores.
* * *
“Já o leitor terá chegado à conclusão espontânea destas considerações. O divórcio, por uma sua própria natureza, tende a multiplicar os lares sem filhos. Lares sem filhos, por sua própria natureza, são mais facilmente divorciáveis. Por sua própria natureza, pois, o divórcio é um dissolvente progressivo da família. É o primeiro dos seus círculos viciosos. Não é o único, infelizmente”.
_________
Notas:
1 - Padre Leonel Franca S. J., O Divórcio, Rio de Janeiro, Empresa Editora A.B.C. Ltda, 1936, pp. 33 a 37.
2 - Em abono desta afirmação do Pe. Leonel Franca, vemos hoje em dia a proliferação do uso de anticoncepcionais e até do aborto como meios anti-naturais de limitar a prole indesejada. Em alguns países da Europa já se fala em importar o maior número possível de imigrantes, provenientes de outras plagas, outras raças, outros costumes, outras religiões para preencher o vazio de uma população que vai decrescendo por falta de filhos e tende a desaparecer. Soa isso como maldição!
3 - E. Lamy, na introdução ao opúsculo de M. G. Noblemaire, Le complot contre la famille, p. 8.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O retorno à ordem natural


Uma sadia tendência se esboça entre mulheres que trabalham fora do lar: ao invés da disputa pelos postos no mercado de trabalho, impulsionada pelas feministas, nota-se certa propensão à volta da tradicional situação de dona-de-casa, em seu nobre papel de esposa e mãe


Há uma expressão francesa que sintetiza muito apropriadamente esse assunto: “Chassez le naturel, il reviendra au galop” (expulsai o que é natural, e ele retornará a galope). Quando a ordem natural é violada, ela se vinga. Pode demorar, mas seu dia chegará.
É o que vem à mente ao ler algumas interessantes e eloqüentes reportagens indicando que o papel tradicional da esposa — dentro do lar e maternalmente dedicada aos filhos — está em alta. E está em baixa o modelo de mulher dita emancipada, trabalhando fora, numa empresa — numa fábrica de automóveis, por exemplo — em trajes masculinos e com cigarro nos lábios. Isso já esteve no vento da modernidade, mas vem perdendo o prestígio.

O extremismo feminista

Em larga medida propulsionado por homens, o Movimento Feminista, — que se dizia favorável às mulheres, mas no fundo lhes causava danos — protagonizou, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, várias reivindicações igualitárias e antinaturais. Dizia querer colocar a mulher no mesmo nível do homem — manifestações de rua, direito aos mesmos trabalhos, aos mesmos trajes, liberação sexual, controle de natalidade, direito (sic) ao aborto etc. Promovia agitações reivindicando uma ordem social contrária à natureza das coisas estabelecida por Deus, segundo a descrevem os documentos pontifícios.
Feministas mais radicais sonhavam com uma total inversão de valores: a instituição dos donos-de-casa. Ou seja, o homem de avental, junto ao fogão, cozinhando, limpando a casa, lavando e passando roupas, trocando fraldas, tomando conta das crianças etc. E a mulher emancipada, trabalhando numa indústria ou dirigindo seu próprio negócio; e ao chegar tarde, de volta à casa, encontrando a mesa posta pelo marido. Uma inversão de valores, uma aberração da natureza.

Em boa hora, o caminho de volta

Entretanto, na aurora deste novo século, percebem-se, cá e lá, movimentos no sentido de restabelecer a ordem natural numa sociedade mais orgânica.
Como exemplo, vejamos o que diz uma reportagem do suplemento “Domingo”, do “Jornal do Brasil” de 29-1-01, com o sugestivo título: De volta para Casa:
“Fraldas, mamadeiras, espanadores, pias, tanques, fogões: eis o novo paraíso. Dito assim, três décadas depois da consagração do feminismo, pode causar arrepios e soar até como deboche ou piada. Mas é fato: um número cada vez maior de mulheres está trocando as mazelas do mercado de trabalho e percorrendo o caminho de volta... ao lar-doce-lar. O que já é realização para muitas — e para isso há que se ter um provedor — é sonho acalentado por inúmeras. Pergunte à sua vizinha. Não há dúvida, existe um desejo no ar”.
Certas feministas poderiam qualificar essa tendência como um comportamento medievalista, o retrocesso a um estado de vida inferior. E, na tentativa de conter a aptidão inata do sexo feminino — a de mãe de família —, gostariam certamente de organizar novas manifestações pelas ruas, bradando slogans pela completa liberação da mulher, pela igualdade entre os sexos, pelo direito de trocar o ambiente do lar pelo de trabalho etc.
Tais rebeliões feministas são, aliás, muito do agrado e muito impulsionadas por partidos de tipo comunista. Em abono dessa afirmação, basta recordar aqui um ultrajante trecho de Lênin, no Congresso Comunista de 16 de novembro de 1924:
“Para que a Revolução triunfe, precisamos da mulher, para tê-la é preciso fazê-la sair do lar, é preciso destruir nela o sentimento egoísta e instintivo do amor materno. A mulher que ama os seus filhos não passa de uma cadela, de uma fêmea”.

Na contramão dos ventos da modernidade

Mas a natureza tem falado mais alto e o amor materno vai reafirmando seus direitos. Outras reportagens análogas à do “Jornal do Brasil” têm sido publicadas, nas quais mulheres muito bem colocadas no mercado de trabalho, e que tudo fizeram para percorrer o caminho do lar ao trabalho, agora estão trilhando o caminho de volta ao lar, ou pelo menos manifestando esse desejo. Não é raro encontrar entrevistas até mesmo com jovens universitárias, cujo ideal não é o de seguir carreira, mas casarem-se e terem vários filhos, pois cuidar da casa também é um trabalho; e, assim, sentirem-se mais realizadas e contentes.
Nesse mesmo sentido, o “Estado de S. Paulo”, de 4-2-01, publicou matéria intitulada: Profissionais brilhantes viram donas de casa. A jornalista Gláucia Leal assim iniciou o tema: “Corajosas, elas navegam na contramão dos apelos do mercado de trabalho e da mídia. Poderiam ser profissionais de sucesso — várias foram educadas para isso. Mas decidiram ser donas de casa. Apesar dos preconceitos, pressões sociais e até dos próprios questionamentos, optaram por interromper a carreira e dedicar-se à rotina doméstica e a cuidar dos filhos”.
Também a revista “Veja”, de 16-02-01, publica um artigo assinado por Tatiana Chiari com o título: Dona de casa e... com muito orgulho, na linha das matérias acima mencionadas.

Rainha do lar, e não fora do lar

Não se trata aqui de discutir a questão de quem é superior, o homem ou a mulher, pois ambos têm missões diferentes e complementares. O homem desempenha o papel de pater, impondo o respeito, a obediência, e tratando do provimento da casa. Isto dá estabilidade e segurança à família. E a mulher, no papel de mater, com sua delicadeza, seu afeto natural, sua bondade de coração e zelo pelos filhos, tem função incomparável e insubstituível dentro do lar. Nada mais triste que um lar monoparental, onde um dos dois falta.
Grande é a missão para a qual a Providência destinou a mulher: a de esposa, mãe e rainha do lar, o que é incomparavelmente mais nobre e elevado do que administrar uma fábrica, um escritório ou uma cidade, por maior e mais rica que esta seja.
Querer inverter ou igualar esses papéis constitui uma revolta contra a própria natureza humana, a qual dá sinais de estar-se vingando e levando a mulher, por fim, a recuperar sua verdadeira vocação e felicidade.

Após um século, a volta do natural

Antes de finalizar, parece conveniente inserir uma ressalva: vemos esta propensão natural da mulher — a troca do ambiente de trabalho fora do lar pelas atividades domésticas — com muita simpatia. Mas compreendemos que, devido à espantosa desagregação da família no mundo atual, muitas mães sejam obrigadas a trabalhar fora. Hélas! Isto se deve, muitas vezes, a uma imposição de uma civilização neopagã, que se distancia cada vez mais dos princípios católicos.
Estamos longe de afirmar que essa é uma tendência generalizada e existente em todos os países. Estamos apenas chamando a atenção para um fato novo: a apetência por autênticos valores familiares e uma repulsa pela luta dos sexos, uma como que luta de classes igualitária da mulher contra o homem. E isto é um sinal que aponta para um bom começo; pois quem poderia imaginar que aqueles valores tradicionais — tão combatidos pelos movimentos comunista e feminista do século XX —estariam hoje sendo restaurados, em pleno século XXI?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dois mundos, o de ontem e o de hoje


Os trajes podem refletir a compostura. Mas trajes extravagantes se encontram hoje, lamentavelmente, por todas as ruas e em qualquer lugar do mundo.

Carlos Eduardo SchafferCorrespondente - Áustria

A Kärtnerstrasse, saindo do Ring, conduz à Catedral de Santo Estêvão. Andando por essa rua central de Viena, encontrei numa livraria um álbum sobre trajes típicos austríacos. Nele selecionei a ilustração ao lado.
Pouco adiante, parei diante de uma loja de moda jovem, cuja vitrine expunha os manequins que se vêem na foto da direita.
Dois quadros a refletirem dois mundos — o de ontem e o de hoje.

No primeiro, pinturas retratam pessoas do povo com vestimentas típicas de diversas regiões da Áustria. Homens e mulheres, ainda no viço da juventude, portam trajes característicos de sua profissão. Facilmente se distinguem a dona-de-casa, a jovem que leva frutos para casa, o caçador, o tocador de tuba, o vendedor de pequenos objetos de utilidade doméstica. Por fim, vê-se uma moça que, com seu missal, dirige-se à igreja.
Recato no vestir, dignidade no porte. Tudo neles reflete pujança de personalidade, onde nada é uniforme; tudo mostra originalidade e bom gosto, sem extravagância; tudo exprime felicidade de situação e bem estar de uma vida de bons costumes, longe da agitação das grandes cidades hodiernas.

* * *

A foto à esquerda é de uma loja de confecções considerada chic. Nela vêem-se dois manequins com roupas que, durante o verão europeu, incontáveis rapazes usam desinibidamente por toda parte, tanto nas cidades quanto nas praias.
No manequim da direita, com as roupas interiores aparecendo sob as exteriores, encontra-se a aversão à boa ordem das coisas. Enfim, trajes indecorosos e ordinários, impostos à juventude de hoje por uma moda imbecilizante.
A beleza desapareceu, substituída pelo vulgar e desleixado. O despudor expulsou o recato. Da dignidade cristã não resta qualquer vestígio. Tudo tende à extravagância, à desordem e ao desbragado.

* * *

Bem poderia ser tachado de malfeitor quem despojasse de seus trajes típicos os personagens do primeiro quadro e os vestisse com os andrajos do segundo. E com razão, pois estaria extinguindo do convívio humano os valores cristãos que amenizam a vida nesta Terra: a beleza, o bom gosto, o recato e a dignidade. Até lá nos levam os ditames da moda.

“Ó liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!” –– bradou Mme. Roland a caminho da guilhotina na Revolução Francesa. Parafraseando-a, bem se poderia dizer: “Ó moda! Quantos desatinos se cometem em teu nome!"